sábado, 21 de janeiro de 2012

O G. BARBOSA E O ADEUS SERGIPE

O G. BARBOSA E O ADEUS SERGIPE

Não é uma boa notícia, muito pelo contrário. O G. Barbosa, empresa da multinacional chilena Cencosud, estaria ultimando preparativos para transferir seu escritório central de Aracaju para Salvador. A empresa sob o comando dos empresários sergipanos que a criaram tornou-se uma potência no ramo supermercadista. Tem origem, como as duas outras grandes redes, o Paes Mendonça e o Bom Preço, em Itabaiana. Assim, suas raízes são arraigadamente fixadas em Sergipe, seu sucesso resulta do trabalho, da visão e da criatividade dos empresários Gentil e Noel. Como Mamede Paes Mendonça e Pedro Paes Mendonça, criadores dos outros dois grupos, eles saíram do nada, e a custa do próprio esforço montaram impérios econômicos. A globalização foi absorvendo redes supermercadistas nacionais. O Paes Mendonça assumiu outra identidade, o Bom Preço foi vendido pelo sucessor de Pedro Paes Mendonça, seu filho mais velho, o empresário João Carlos, que trocou de atividade e fez do grupo JCPM um dos maiores do país. Com o G. Barbosa aconteceu mesma coisa. Foi vendido e os herdeiros partiram para outras atividades que estão em plena expansão. Esperava-se que, sendo uma empresa genuinamente sergipana, o G. Barbosa mantivesse sempre em Sergipe o seu escritório central, que coordena compras, determina as ações de marketing, enfim, administra e traça a estratégia nacional da empresa.
Não se sabe qual o motivo da transferência, mas, se ocorrer, será um desrespeito aos sergipanos, uma desconsideração a Sergipe, local onde o grupo surgiu, cresceu e se consolidou.  Os sergipanos até orgulham-se do G. Barbosa, enxergam no supermercado uma marca da própria identidade, um exemplo concreto da nossa capacidade empreendedora.
Sabe-se que o governador Jacques Wagner estaria acenando com vantagens para que a transferência se realize de olho na movimentação de alguns bilhões que gerariam mais impostos para a Bahia. Proporcionalmente, para quem tem a economia e o potencial de um estado como o dele, não seria tão relevante o ganho, comparado à perda que adviria para Sergipe.
Não há uma real motivação econômica para a transferência. O grupo não ganharia em termos de logística, não agilizaria suas ações, porque problemas de comunicação desapareceram depois dos satélites, da Internet, e de todas as ferramentas que a modernidade tornou de uso universal; nem iriam os seus executivos morar numa cidade com melhor qualidade de vida, muito pelo contrário, aliás.
Caso a transferência venha mesmo a se concretizar, o G. Barbosa, perdendo sua identidade com a nossa terra, não merecerá mais a mesma atenção, a mesma preferência. O ato de traição a Sergipe não será esquecido, e é bom lembrar que existem hoje grandes redes concorrentes em franca expansão, tanto em Aracaju como no interior. Para os sergipanos que se sentiriam desprestigiados, logrados, espezinhados até, bastaria, para fazerem as suas compras, apenas trocar de endereço. Seria uma forma de retribuir a desconsideração.
O G. Barbosa passaria a ser apenas, e somente, mais uma multinacional, desgarrada da terra, descompromissada com o nosso povo.
Espera-se, então, que a transferência anunciada não passe de um boato sem consistência, e que, pelo contrário, o G. Barbosa com seu escritório central em Aracaju, continue sendo identificado como uma empresa enraizada em Sergipe, um G. Barbosa sergipano como sempre foi. 

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