O escritor judeu Yoram Kaniuk é muito conhecido em Israel. Tem 20 livros publicados, e muitos traduzidos para várias línguas, o que faz dele um nome internacionalmente referenciado. Yoram ganhou na Justiça o direito de ter a nacionalidade judia, mesmo sem ser religioso. Na sua carteira de identidade, ele, que é judeu e emigrou para Israel onde vive com sua família também discriminada, é registrado apenas como ¨sem religião¨, e quem não tem religião não pode ser judeu. Sobre a histórica decisão da Corte israelense, disse Kaniuk: ¨Cansei do controle da religião neste país. É um ciclo perigoso: os religiosos se fortalecem politicamente e impõem mais e mais a religião sobre nós. Há um controle inaceitável sobre a vida das pessoas. Querem transformar Israel num Estado religioso. Decidi que quero ter a nacionalidade judia, mas não a religião. Mas Israel não reconhece isso. O primeiro Ministro fala o tempo todo que os palestinos devem reconhecer o caráter nacional judeu de Israel, mas o próprio Estado não reconhece a nacionalidade judia sem a religião.
Israel tem de decidir: pode ser país democrático ou país judeu religioso. Não pode ser os dois. Religião é dogma, não aceita a democracia. Se em um ou dois anos não acontecer uma mudança, este país está perdido. Se tornará um estado religioso, e sem mão de obra, sem soldados para defendê-lo nem gente capacitada para desenvolver alta tecnologia.
Sustentamos centenas de milhares de parasitas. Quase 50% dos alunos de classes primárias são ortodoxos, e a maioria não se integrará ao Estado.
Além de tudo, a falta de separação entre Estado e religião permite que o fascismo se espalhe. O incêndio criminoso da mesquita no norte de Israel é só um exemplo.
Há fascistas nos assentamentos que fazem o que querem, e o governo não faz nada. Atacam árabes, arrancam suas oliveiras, vandalizam mesquitas ,e o governo faz vista grossa, pois teme perder seu apoio político ¨.
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