segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O PROGRAMA DO LEITE E O SEMIÁRIDO

Poucas iniciativas, poucas políticas públicas têm contribuído tanto para transformar a incipiente economia do semiárido  sergipano como o Programa do Leite. Surgiram diversos produtores, criou-se um mercado comprador garantido, ampliou-se a renda, foram gerados empregos através da expansão da cadeia produtiva. O programa do leite criado no segundo governo de Albano Franco, atravessou o governo de João Alves levando gratuitamente o leite às pessoas carentes. Marcelo Deda enxergou naquele programa um instrumento ainda mais abrangente de inclusão social e  desenvolvimento. Ampliou o numero de fornecedores, levou o leite a uma massa ainda maior de pessoas carentes,  foi até a agricultura familiar para fortalecê-la. As compras do governo por muito tempo conseguiram  assegurar o preço mínimo para o produto, até quando  os sergipanos beneficiados pelos programas de transferência de renda, da ascensão de uma nova classe média,  passaram a consumir mais leite, e ai os preços que antes beneficiavam o produtor livrando-o da submissão aos laticínios,  ficaram defasados pela competição que passou a ser acirrada com a entrada no mercado de novas indústrias.
A secretária da inclusão social Eliane Aquino se viu de repente no meio desse turbilhão de mudanças, sem dúvidas benéficas, mas que poderiam ameaçar um programa do qual dependiam ainda milhares de famílias carentes. Adotou as providencias que eram indispensáveis, algumas delas difíceis, pois envolviam repasses de verbas federais, exigiam a alteração de convênios, mas enfim veio à boa noticia de que o Programa do Leite não mais corre riscos, que será mantido, ampliado, e continuará na mesma linha de apoio à agricultura familiar, ao pequeno produtor, que hoje se vai multiplicando por toda a região semiárida e demonstrando que ali, atividades rentáveis podem existir com menor dependência das incertezas do clima.
 Quando for mais acelerado um outro programa que visa o armazenamento de água, o suprimento de água a custo zero para os rebanhos, aí então a  pecuária leiteira ainda mais se expandirá, contribuindo com empregos e renda para que no futuro o  Programa do Leite nos moldes em que funciona hoje se torne desnecessário, porque não haverá então mais carentes a depender do leite que lhes chega gratuitamente. Assim, o Programa do Leite poderá ser transformado  num instrumento de modernização da pecuária leiteira em busca de cifras crescentes de produção e produtividade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário