O deputado Mendonça Prado é um parlamentar que vem sendo bem avaliado. Até agora ele não deve ter preocupações maiores com a sua reeleição que parece tranqüila. Conseguiu atrair a simpatia de alguns setores que até bem pouco tempo lhe eram hostis. Mendonça estaria, porém, precisando tomar umas lições de comedimento político com o líder da oposição deputado Venâncio Fonseca, com o seu próprio sogro o ex-governador João Alves que, no terceiro mandato, andou perdendo sua característica de cordialidade, enveredando por agressões, processos desnecessários contra jornalistas, e isso apenas aguçou ainda mais o ímpeto da oposição que lhe era feita e o levou à derrota. João Alves anda agora a recompor a imagem que temporariamente teria perdido, e isso lhe exigirá algum esforço. Certamente o genro deputado, que hoje tem garantido o seu próprio espaço político, até porque, já tinha mandato eletivo antes do casamento, poderia ajudar muito ao sogro nessa tarefa que para ele agora é fundamental. Quando ainda era genro e tinha influencia nas decisões, Edivan Amorim exercia esse papel de apaziguamento e contemporização. Ele interferiu várias vezes tentando impedir o radicalismo, a perseguição um tanto insana que era movida contra veículos de comunicação não sintonizados com o poder, e também sugeria uma convivência democrática e respeitosa com a oposição, com o reduzido grupo de comunicadores que fustigavam o governo. Não teve êxito, e o clima de radicalização em nada favoreceu os objetivos de João Alves.
O deputado Mendonça Prado que é filho de um dos políticos mais comedidos e sensatos que já ocuparam o parlamento estadual, Luciano Prado, ex-deputado, ex-vereador de Aracaju, comete, vez por outra, o erro de transformar divergências políticas em casos pessoais, e parte para ataques que poderão até entusiasmar uma reduzida platéia, mas, se configuram despropositados para a maioria da sociedade que não vê com bons olhos a transformação do exercício da política numa rinha raivosa onde se estraçalham contendores odientos.
Além do mais atitudes assim radicalizadas não costumam render votos. A não ser que o deputado Mendonça Prado queira se transformar, em termos de radicalização política, num clone de Bolsonaro, aquele deputado que se satisfaz apenas em ser reeleito contando sempre com o apoio de uma ala militar toda ela já vestindo o pijama da reforma, inconformada com o fim da ditadura. Mas os militares reformados vão morrendo dia a dia e os votos de Bolsonaro também vão diminuindo.
O deputado Mendonça Prado se quiser ampliar mais e mais seu espaço político, terá de afastar de si, de exorcisar até, as tentações do estilo Bolsonaro.
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