Finalmente, parece que as distancias vertiginosas do universo não serão mais um grande obstáculo. Quem sabe, vai ser possível nos transportarmos até as estrelas um passeio turístico pelas galáxias , naves terrestres circulando entre planetas que giram em torno de sóis nesses abismos infinitos. Ficção científica é sempre uma elucubração que tem alguma base em possibilidades factíveis, exatamente porque é uma mistura de sonho e ciência.
E aquelas medidas astronômicas de milhões, bilhões de anos luz? Onde ficaria a impossibilidade humana de repetir no cosmos, em escala infinita, aquela epopéia dos descobrimentos?
O velho rabugento e pessimista que Camões colocou no seu épico poema na praia do Restelo a amedrontar os marinheiros que iniciavam a aventura pelos mares desconhecidos, poderá reviver, muitos séculos depois, em em outro personagem cético. Não diria ¨maldito seja quem colocou velas num tosco lenho¨ mas, poderia advertir para os perigos daquele desafio aos limites do homem e também do próprio universo, contidos na equação do espaço tempo de Einstein, quando a ultrapassagem da velocidade da luz transforma matéria em energia subvertendo as noções de todas as medidas humanas.
Sempre existirá um Velho do Restelo, e algum, mesmo sendo fruto de conquistas da ciência que o fizeram chegar aos duzentos anos, poderá alimentar ainda ceticismos , dúvidas pesadas sobre o progresso, a evolução da humanidade, e diria esse ancião pós- moderno: Não desafiem a teoria da relatividade, vocês vão se desmaterializar pelo caminho e nunca chegarão às estrelas.
E a estrela mais próxima de nós além do nosso cotidiano sol que é a Alfa do Centauro, mesmo assim distante alguns anos luz, o que é para as dimensões do cosmos algo bem alí, fica inteiramente inacessível para esses prisioneiros das limitações da velocidade.
Agora, porém cientistas europeus conseguiram projetar corpúsculos de matéria infinitamente pequenos em velocidade superior á da luz, e eles não se dissolveram em energia. Confirmada a experiência, abrem-se, sem duvidas, caminhos por onde até mesmo a mais ousada ficção não tem se atrevido a andar.
Viajando além da velocidade da luz poderíamos avançar pelo espaço, sair do sistema solar, alcançar algum desses novos planetas que estão sendo descobertos orbitando estrelas. Mas, arrodeados por cem bilhões de galáxias onde estão trilhões de sóis com planetas à sua volta, precisaríamos ainda dilatar o nosso tempo, ou anulá-lo através da velocidade, confiantes em outro postulado da física teórica. O ano luz é ainda uma medida demasiadamente pequena para a extensão do universo. Quem se aventurasse a uma viagem assim, livre do tempo, poderia retornar, como se nem um segundo houvesse transcorrido, mas então, a nossa terra já seria um planeta morto, imerso na obscuridade avermelhada de um enorme manto gasoso, o éter que a tudo envolveria, aquilo que restara da explosão derradeira do nosso sol, uma estrela morta, e gelada.
Voltemos à realidade. Barack Obama está festejando mais uma morte. Matou um terrorista usando um avião sem piloto. A aeronave tem um computador que seleciona o alvo, que decide se o ataca ou não. Quando a avaliação entre vida e morte começa a ser feita por uma máquina de guerra, a consciência moral do ser humano estaria dando sinais fortes de degenerescência?
Nenhum comentário:
Postar um comentário