segunda-feira, 5 de setembro de 2011

JACQUELINE RORIZ FOI ABSORVIDA


 Aquele choro da deputada inocentada pelos colegas, colegas parlamentares, colegas em tudo, aquele choro, foi de pura emoção,  profundo sentimento de empatia, de assimilação dos valores e da ética da confraria à qual ela naquele instante passava a pertencer. Aquela sessão em plenário marcada para que se fizesse um julgamento, terminou mesmo sendo  a  cerimonial liturgia para aceitação de uma iniciada  , digamos assim, nos mistérios do parlamento, nos insondáveis , intrincados labirintos da¨ irmandade brasiliense.¨
Jacqueline tem todo o pedigree, tem perfeito DNA para fazer parte da  ¨irmandade¨,  é, nada mais nada menos do que dileta filha de Joaquim Roriz. Então, não se tratava de absolver, muito menos condenar, o que se queria mesmo era absorver, incorporar, juntar, solenemente ao mesmo grupo, quem tem todas as credenciais para dele fazer parte.
Jacqueline tem  as melhores características para integrar-se à  ¨irmandade¨ como uma das suas mais conspícuas personagens. Ela é  exatamente o inverso do que se entende por  ficha limpa. Tornou-se celebridade nacional ao ser exibida na TV e em fotos nos jornais e revistas recebendo aquela dinheirama toda, que ninguém sabe exatamente de onde vem, mas é sempre classificada como ajuda para a campanha, ou Caixa 2. Sem maiores eufemismos: dinheiro roubado.  Mas, os que promoveram a cerimonia de absorção, alegam  candidamente :  Aquela cena registrou-se quando a doce Jacqueline  ainda nem era deputada. Por conseguinte, não estaria submetida  aos preceitos da ética do parlamento, não tinha compromisso com o decoro parlamentar. Portanto, Jacqueline nada transgrediu,  nada afrontou, nada fez que a tornasse indigna de pertencer ao Parlamento Brasileiro.
 Dando sequencia a esse  exemplar raciocínio lógico, e tão transparentemente correto, o meliante mais famoso do Brasil, embora sem mandato eletivo,  Fernandinho Beira Mar, poderia ser um excelente candidato à Câmara Federal. Nada do que ele fez antes importa. No dia em que, eleito e diplomado, tornar-se represente do povo, ai sim, ele terá  de cuidadosamente  zelar  pelo decoro parlamentar.

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