domingo, 7 de agosto de 2011

QUALIDADE DE VIDA X ESGOTOS PODRES


Em qualquer ponto de Aracaju as vezes é necessário tapar o nariz. A cidade fede. Fede muito, horrorosamente, no Calçadão do Viana na Treze de Julho, onde ainda fazem Cooper os moradores dos edifícios mais luxuosos da cidade, logo em frente, e vai fedendo assim ao longo dos canais que cortam a cidade e chegam aos bairros mais pobres. Dessa forma a podridão está perfeitamente repartida, democratizada, alcança narizes ricos acostumados às fragrâncias francesas e os narizes pobres mais próximos daqueles cheiros indomáveis que saem do corpo. Isso sem dúvidas compromete a qualidade de vida de uma capital que efetivamente, nesse aspecto, fez consideráveis avanços.
A causa maior da fedentina são as galerias pluviais onde são lançados esgotos sanitários e isso acontece tanto nos bairros ricos como nos pobres. Na Treze de Julho é esgoto sanitário mesmo lançado no P:oxim sem nenhum tratamento. Como essa desgraça urbana chegou a acontecer, é uma longa história perpassada de omissões, de desleixos, conivências, ganancia e muita irresponsabilidade. Essa fedentina não acabará mesmo quando concluída a extensão da rede de esgotos que vem sendo lentamente construída. A DESO vem tentando acabar com a prática ilegal, até criminosa do despejo de esgotos nas galerias de águas de chuva, mas não é fácil chegar a bons resultados porque cada casa, cada edifício teriam de ser fiscalizados e há que ser enfrentada a resistência de muitos proprietários. O novo dirigente da DESO Bosco Mendonça, entende que a empresa não pode omitir-se, mas acredita que sem uma mobilização da sociedade, sem uma campanha esclarecedora, sem que cada um assuma sua responsabilidade a cidade continuará fedendo. O aracajuano não pode conformar-se com essa situação.
Em nome de uma qualidade de vida que começamos a conquistar, é necessário que se faça uma mobilização inclusive envolvendo o Ministério publico para que se encontre meios de obrigar os proprietários de imóveis que fazem o despejo irregular, até criminoso de esgotos, apenas a cumprir a lei. Em Santos acontecia um problema semelhante. Aquela cidade paulista tem canais iguaizinhos aos de Aracaju e fedia há mais de dez anos como Aracaju fede hoje com esgotos lançados nos canais e na praia. n Não se conseguia identificar nos locais dos despejos de onde vinham os esgotos, então, uma prefeita, Telma, com autorização judicial fez com que guardas sanitários entrassem de casa em casa, de apartamento em apartamento. Eles jogavam nos sanitários um líquido colorido e um outro agente ficava no local do despejo. Quando o líquido colorido passava, estava então identificado o transgressor, que era obrigado a interromper a ligação clandestina.

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