domingo, 7 de agosto de 2011

O LIXO NOSSO DE CADA DIA


O Secretário do Meio Ambiente Genival Nunes, preocupado com o crescimento dos lixões e a necessidade de cumprir o prazo (2014) para substituí-los por alguma coisa menos horrorosa, está articulando a boa ideia dos consórcios para criação de aterros sanitários que atendam a grupos de cidades. Diante da calamidade atual o aterro sanitário é um avanço, mas, essa forma de destinação do lixo, reconhecidamente, não é ainda a ideal. Em Lagarto o prefeito Valmir Monteiro fez uma parceria com o engenheiro e inventor Railton Lima. Está surgindo à margem da rodovia Lagarto- Riachão do Dantas, aquilo que será a primeira usina de industrialização do lixo em Sergipe e uma das poucas existentes no Brasil. Seria uma temeridade confiar numa tecnologia que é inovadora, mas ainda pouco testada, todavia, já existem em funcionamento duas usinas similares em duas cidades, uma em Minas Gerais outra no Pará, Os projetos foram desenvolvidos pelo engenheiro Railton . A usina que está sendo construída em Lagarto tem capacidade instalada para processar até trezentas toneladas dia, de lixo. O processo consiste num forno alimentado a carvão que chega até uma temperatura de oitocentos graus. O lixo, sem passar necessariamente pelo processo de seleção, é despejado direto dos caminhões em uma esteira, o chorume não escorre para o solo é captado , armazenado em tanques e depois transformado em biodiesel. Já o resto da massa é levada ao forno. Lá é transformada em carvão. Esse carvão vai alimentar uma pequena termoelétrica e a energia é injetada na rede de distribuição para venda a consumidores em qualquer parte do país, porque a nossa rede de distribuição é interligada. Não há emissão de fumaça. Tanto o gás como o vapor são utilizados para a geração de produtos utilizados pela indústria química, farmacêutica e de cosméticos, também e produzido o gás natural. Dessa forma, o grau de poluição da atmosfera é ínfimo. Já a os metais são todos recuperados, inclusive latinhas de alumínio, porque não derretem , perdem os rótulos que viram carvão e saem esterilizados para reprocessamento.
A experiência pioneira para aproveitamento econômico do lixo, é, sem duvidas, um inovador avanço, e merece ser analisado com mais detalhes antes de ser decidida a instalação dos aterros sanitários, que não deixam, de certa forma, de poluir o meio ambiente, exigem grandes espaços físicos e talvez demandem investimentos superiores. Agora, quando a presidente Dilma lança o projeto de apoio à inovação, a usina de processamento de lixo que está sendo instalada em Lagarto poderia servir como um teste para algo mais ambicioso, e que é sem duvidas inovador, com possibilidade talvez, de por fim definitivo aos vergonhosos lixões, inclusive este de Aracaju, que está impedindo até a ampliação do aeroporto, por causa dos urubus. É bom lembrar que em aterros sanitários os urubus não deixam também de transformá-los, digamos assim, em apetitosa base de operações.

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