quinta-feira, 3 de março de 2011

DÉDA CANDIDATO AO SENADO, AMORIM AO GOVERNO

Há quem tope fazer qualquer aposta garantindo que Marcelo
Déda deixará o governo para ser candidato ao Senado, e que o  senador Eduardo Amorim seria o candidato a
sucedê-lo. Orador brilhante, talvez o maior orador político do país, Déda encontraria
na Câmara Alta o ambiente  perfeito para
lhe garantir uma projeção política nacional. Essa projeção ele conseguiu quando
deputado federal. Os tempos eram outros, o PT perdera duas eleições, e Lula
caminhava para a terceira derrota enfrentando FHC que tinha tudo para
reeleger-se.  Hoje, o PT está no poder, a
presidente Dilma Roussef tem todas as condições para disputar e ganhar um
segundo mandato, embora, evidentemente, com dois meses na presidência seja
precipitado avançar com um mínimo de segurança sobre o movediço terreno  da opinião pública,   no Brasil, com inusitada tendência para
construir mitos  e  desconstruí-los,  ainda com maior rapidez.


No Senado,  Déda  poderia surgir como uma opção petista à sucessão de Dilma ao final do segundo
mandato da presidente. Estaria próximo dos sessenta, em 2018, ou seja, com todo
o vigor para enfrentar a dura maratona, e com uma capacidade de comunicação
difícil de ser igualada por outros eventuais candidatos. Mas aí já é
¨futurologizar¨ demais.

 Com efeito,  para dar o salto ao Senado numa chapa com o
senador Eduardo Amorim candidato a governador, Déda teria de acomodar,
primeiro, o seu partido, que demonstra interesse em espichar até aonde for
possível  um projeto de permanência no
poder; segundo, ao vice Jackson Barreto, que assumiria o governo e teria de
conformar-se somente com os nove meses finais de um mandato, apesar de
habilitado a  disputar a reeleição.  Quem conhece Jackson tem quase a certeza de
que ele dificilmente se disporia ao sacrifício de uma desambiciosa  renúncia , acomodando-se no modestíssimo
papel  de mero supridor de camarões para
as empadas alheias. Jackson tem repetido, e até incisivamente, que não tem
outra coisa na cabeça a não ser contribuir , ajudar, para que Déda faça um bom governo, e estará junto, do mesmo lado, no projeto que ele
quiser traçar. Quem fala assim, sem dúvidas, imagina-se incluído como parte
destacada nesse projeto.

O terceiro a ser acomodado neste cenário seria o senador
Valadares,  Essa seria  uma tarefa também complicada. Com Amorim
candidato ao governo,  Déda ao Senado,
restaria a Valadares a perspectiva de indicar o vice-governador, uma deferência
que ele, certamente sentindo-se muito honrado, educadamente  declinaria.

A construção da chapa Amorim Governador – Déda  Senador em 20014, passaria por infindáveis
testes, desafios, avanços e recuos, agrados e desagrados, entendimentos e
desentendimentos, sucedendo-se ao longo desses próximos dois anos.  Há quem considere que a composição se
tornaria inevitável após os resultados das eleições do próximo ano, quando o
grupo liderado por Edvan Amorim espera fortalecer ainda mais suas bases
políticas no interior, e, paralelamente, tornando irreversível a candidatura do
senador Eduardo ao governo, tanto pela amplitude das lideranças que estariam ao
seu lado como pela  aceitação popular do
seu nome, até já aplaudido como futuro governador numa assembléia de policiais
militares, exatamente, de policiais militares, e tendo Chiquinho Ferreira a
operar  forte na comunicação.

Restaria a consolidação nos próximos dois anos de um arco
político ainda mais abrangente,  e
combinar com Déda,  e com os demais, se
eles aceitariam  a fórmula proposta.


Nos restaurantes franceses, até mesmo naqueles mais
chics  e dispendiosos, sempre existe a  ¨formule¨, apresentada ao cliente como alternativa mais barata, quase sempre abaixo
dos vinte euros. Consta   de uma
francesamente indispensável  entrada, do
prato principal,  da sobremesa, e de um
copo de vinho.  No cardápio que o garçon
oferece  existem, invariavelmente, três
¨formules ¨ , sugestões, que dão maior liberdade de escolha  a quem, se presume, seja sempre um   ¨gourmet¨,  comensal de bom gosto, nunca um ¨gourmand,¨ aquele que engole tudo, com
a ânsia de mastigar e deglutir anulando a sensibilidade do paladar.


O senador Amorim e seu irmão estrategista político Edvan,
terão de se esforçar muito para, como chefs qualificados, oferecerem uma
requintada ¨formule ¨capaz de atender a paladares sempre exigentes ,
requintados, tudo porem com  a elegância
de gourmets, ou seja, disfarçando a fome como manda a etiqueta

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