Muito se tem discutido, muito se tem
politizado ou partidarizado, o que é ainda um projeto: o Hospital do Câncer. A ideia
surgiu em meio à comoção pela agonia de Marcelo Déda.
Nessa segunda-feira a OAB-SE promove um
oportuno debate público sobre o câncer e os meios que o poder público disporia
para enfrentar a doença insidiosa. É uma tentativa, também, de fazer um
diagnóstico sobre o problema, apontar falhas e suas possíveis soluções.
Há quem assegure, com conhecimento de causa,
que o câncer, além de problema grave de saúde pública, seria também um delito a
merecer investigações da Polícia Federal. Suspeita-se que exista uma máfia
envolvendo vários setores, faturando alto com os assombrosos preços de
medicamentos e até fornecendo remédios a “pacientes” que já morreram, ou seja,
haveria uma fraude imensa, contribuindo para tornar mais graves as
consequências da doença.
Mas aqui tratamos apenas do caso do projetado
hospital. A coisa começou mal, sendo de início politizada, alvo de disputas
desnecessárias de prestígio, ou supostas autorias da ideia. Não se pensou ainda
sobre o custo de um hospital que será frequentado também, por pacientes de
vários outros estados.
No Recife, o Hospital do Câncer que já foi
referência, está em crise. Outros semelhantes passam pela mesma situação. Sem
desprezar a necessidade de melhorar o atendimento aos, cada vez mais numerosos,
pacientes com câncer, talvez o debate pudesse tomar um caráter mais técnico,
sobretudo, baseado em custos e a possibilidade de serem cobertos pelos cofres
estaduais. Afirmam, técnicos, que a manutenção do hospital custará por mês algo
em torno de 40 milhões de reais.
No HUSE, o tão criticado e eficiente hospital,
já está concluído o sistema de tratamento nuclear, aliviando o drama dos
pacientes sofrendo com as constantes panes nos equipamentos sucateados. Poderia ser instalado, no HUSE, um setor mais
amplo, destinado somente ao tratamento oncológico. Seria, então, o passo seguro
que poderíamos dar, com as nossas próprias pernas.
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