sábado, 17 de setembro de 2016

A GREVE DOS BANCOS EA AVIDEZ DO BANESE



A GREVE DOS BANCOS
 EA AVIDEZ DO BANESE
Millor Fernandes, que também era Vão Gôgo, e Aparício Torelli que também eraBarão de Itararé, fizeram,na época turbulenta em que viveram,  o que de melhor existiu em humor  inteligente, para, não só desatar o riso,  também, levando as pessoas a  desacreditarem em mitos e engodos, sobretudo, aqueles camuflados pela política, e agasalhados pelas instituições.
Torelli, que engordava marrecos e peixes na quietude do seu sítio,era anarquista, uma espécie de Bakunin em vestes de anacoreta ,que fazia das palavras as suas bombas de demolição.  Seu jornal A Manha, era alvo frequente da policia que o invadia, depredava e espancava as pessoas.
 Na porta do jornal ele colocou o aviso: Entre Sem Bater.
Millor era,mais ainda, um criadorgenial de frases, e nelas, resumia  as agonias, as insatisfações , os dramas cotidianos das pessoas, das injustiças que permeiam a sociedade.
Fazendo rir, castigava os costumes, o ¨ridendocastigatmores ¨dos romanos.
Sobre o comportamento dos que comandam as corporações financeiras escreveu Millor : ¨Banqueiro que tem escrúpulos em utilizar de todos os processos para  ganhar mais dinheiro é um traidor da classe ¨.
No país dos juros imorais, indecentemente extorsivos, no país onde a tolerância à prostituição do mercado financeiro enriquece cada vez mais os seus posudosgigolôs, bancos podem exibir, impunemente , os  lucros  resultantes da agiotagem oficializada, isso, enquanto desaba o resto  da economia, aquela que produz bens reais,  e não apenas papeis  artificialmente multiplicados  . Num país assim, cartões de crédito, cheques especiais, podem render aos bancossomas  variando entre 360 a 460 por cento ao ano, e o pior: o governo é conivente ou parceiro nesse crime impune que o Código Penal claramente tipifica.
Os bancos oficiais não fogem dessa regra, até porque nenhum dos seus dirigentes, embora apenas burocratas que se fazem banqueiros, não escapam do mesmo procedimento usurário.
Fazem de tudo para que os outros autênticos banqueiros não os considerem traidores da classe.
Pois não é, então, que o nosso tamboretesinho estatal,o BANESE, ¨Orgulho dos Sergipanos ¨, resolveu meter antecipadamente a mão de gato na parcela primeira do salário fracionado dos servidores  que têm empréstimos consignados, assim, descumprindo até a determinação que teria recebido para aguardar pelo resto do pagamento.
 O BANESE, que sobrevive pelo privilegio que tem de exercer o monopólio das contas do governo do estado e dos seus servidores, seguindo, ao que parece, as leis apócrifas que regem o comportamento do sistema financeiro, ignoraque os servidores   sofrem as agruras de uma crise. Essa crise que atinge a todos,evidentemente, nunca chegou aos bancos, que sofrem apenas de uma crise, essa irremediável, 
causada pelo medo que têm todos os financistas de virem a ser considerados traidores da classe.  Todos, indistintamente, seguem o comportamento único da FEBRABAN, a poderosae indiferenteentidade da banqueirada,  que se recusa a dar um  tratamento digno aos seus  servidores, impedidos  de  compartilhar do mínimo do mínimo daqueles lucros afrontosos que todos tão arrogantemente exibem, e sobre eles pagam impostos ridículos, quando confrontados com o resto da economia produtiva e decente.
Só uma observação: bancos multinacionais que aqui operam, pagam aos seus trabalhadores brasileiros menos do que recebem os trabalhadores em funções idênticas,empregados em suas agencias paraguaias.
Como os bancos elaboram as suas próprias regras, eles tudo podem fazer , até submeter os clientes ao desconforto e aos prejuízos imensos criados por uma greve justíssima dos bancários, humilhados e ofendidos, e lutando  por seus direitos sonegados.

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