O BRASIL NA MANHÃ
DESSA SEGUNDA- FEIRA
Caso tenham algum juízo, nem o grupo que sair vencedor
nessa batalha do impeachment fará ruidosas comemorações nem o grupo
perdedor fará ruidosos protestos.
Em qualquer um dos
dois casos, na manhã dessa segunda-feira
o Brasil acordará de ressaca. E não será uma ressaca cívica. Apenas, uma
espécie de enjôo, de asco ou cansaço, uma sensação talvez de alívio esperando
que a conflagração política dê lugar a um armistício, ou apenas a uma trégua,
para que se possa fazer o esperado encontro com a sensatez, e o personalismo,
os interesses grupais, os ódios, cedam espaço ao diálogo. E assim, se
possa fazer um grande mutirão para
rejuntar as energias difusas dos brasileiros, e, com elas, construir um projeto
de Brasil. Isso não será possível se os políticos não descobrirem, em hora oportuna, que os parlamentos não comportam o desvario irresponsável de torcidas
organizadas.
E a undécima hora para essa descoberta fundamental, será na ressaca dessa segunda – feira.
Perdendo, Dilma não deveria esperar o veredicto do Senado, que a transformará em presidente afastada. Antes,
ela deveria negociar uma renuncia organizada, pactuada, avalizada através de um
consenso político, que começaria com uma
indispensável e republicana conversa entre a Presidente sobrevivente, e o seu
magoado Vice.
Vencendo Temer, hipótese agora com 80 % de probabilidade, ele
teria de ser um daqueles Estadistas que
a nossa História assinala com tanta
parcimônia, chegando a registrar no máximo 5,
desde quando, um marechal monarquista após o trote incerto no seu cavalo
baio, nos legou a República, agora aos 127
anos, e tão anacronicamente desesperançada.
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