sábado, 16 de abril de 2016

O BRASIL NA MANHÃ DESSA SEGUNDA- FEIRA



O BRASIL  NA  MANHÃ
DESSA SEGUNDA- FEIRA
Caso tenham algum juízo, nem o grupo que sair vencedor nessa  batalha do impeachment  fará ruidosas comemorações nem o grupo perdedor fará ruidosos protestos.
Em qualquer um  dos dois casos,  na manhã dessa segunda-feira o Brasil acordará de ressaca. E não será uma ressaca cívica. Apenas, uma espécie de enjôo, de asco ou cansaço, uma sensação talvez de alívio esperando que a conflagração política dê lugar a um armistício, ou apenas a uma trégua, para que se possa fazer o esperado encontro com a sensatez, e o personalismo, os interesses grupais, os ódios, cedam espaço ao diálogo. E assim,     se possa fazer um   grande mutirão para rejuntar as energias difusas dos brasileiros, e, com elas, construir um projeto de Brasil. Isso não será possível se os políticos  não descobrirem, em hora oportuna,  que os parlamentos não comportam  o desvario irresponsável de torcidas organizadas.
E a undécima  hora  para essa descoberta fundamental, será  na ressaca dessa segunda – feira.
Perdendo, Dilma não deveria esperar o veredicto  do Senado, que  a transformará em presidente afastada. Antes, ela deveria negociar uma renuncia organizada, pactuada, avalizada através de um consenso político, que  começaria com uma indispensável e republicana conversa entre a Presidente sobrevivente, e o seu magoado Vice.
Vencendo Temer, hipótese agora com 80 % de probabilidade, ele teria de ser um daqueles Estadistas   que a nossa História   assinala com tanta parcimônia, chegando a registrar no máximo 5,  desde quando, um marechal monarquista após o trote incerto no seu cavalo baio, nos legou a  República, agora aos 127 anos, e tão anacronicamente desesperançada.

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