domingo, 24 de abril de 2016

A VEJA E AS SINHAZINHAS



A VEJA  E AS SINHAZINHAS
A VEJA sebosa publicação que a máfia italiana aqui alimenta, estampou na capa: Bela, Recatada e do Lar. Referia-se, a embolorada revista, à esposa do Vice- Presidente Michel Temer, que  aos 70, encontrou o amor da jovem e bela Marcela.
A alusão ao recato e ao lar, na referencia que faz  à próxima Primeira  Dama,  é parte da ofensiva de preconceitos que a publicação da facção dos Civita, semana a semana torna mais intensa.
A VEJA retroagiu no tempo,  tenta puxar o país para o modelo escravagista da Casa Grande dos  engenhos, das lavouras de café e cacau. A VEJA conspira para que o Brasil, esquecendo a Senzala, se transforme numa imensa Casa Grande, com suas sinhazinhas, recatadas, dedicadas ao lar,  fazendo crochê, ou dedilhando o piano, com instrução suficiente para ler os livros recomendados, e escrever cartinhas aos irmãos e priminhos.  A sinhazinha já tem casamento de conveniência, marcado  pelo pai, e, preparada para o lar, não vai a cozinha, área reservada às mucamas negras.  A sinhazinha pode  até ser bela, mas obrigada a manter o recato, e proporcionar ao marido, a camaenvolvida em rituais de castidade,  quando ele assim desejar, e ainda os indispensáveis confortos do lar patriarcal.
A VEJA espera de Temer que ele nos faça retroagir à Casa Grande, e que tenha, submissa ao lado, a sua  sinhazinha, pura, recatada, e do lar. Logo ela que tempos atrás fez fotos usando sensuais lingeries.
Não se sabe como reagem as jornalistas que ainda  fazem parte da redação machista, retrógrada, da VEJA, mas em toda a mídia, inclusive em jornais conservadores como o Estadão, todavia brasileiros, há   protestos   contra o discurso da medieval TFP – Tradição, Família e Propriedade- que a VEJA representa. Na liberdade imensa que as redes sociais proporcionam, rodam mensagens como esta,descontraidamente rebelde, que reproduzimos:
Sou bela, recatada e do lar
Sou louca,  corajosa e do bar
Sou luta, valente da rua
Sou sonho, distraído e da lua
Sou bicho, feroz e da floresta
Sou gente, alegre e de festa
Sou mulher onde quer que eu esteja
Sou o que eu quiser e não o que diz a sebosa Veja!

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