O BECO SEM SAIDA
DA PETROBRAS
Contra a cambaleante
PETROBRAS conjugaram-se fatores
adversos. A manipulação dos preços da
gasolina pelo governo, o grande equívoco
do pré-sal, uma aposta na manutenção
elevada do preço do petróleo pela
demanda que não pararia de crescer. A
crença de que a empresa teria plena capacidade
para assumir a maioria dos campos onde estavam as grandes reservas, e
depois, nadar em dinheiro. Veio a
Operação Lava a Jato, as contundentes
revelações e a sucessiva descoberta dos rombos.
O petróleo despencou, o pré-sal tornou-se inviável, e a Conferência do
Clima, em Paris, revela a disposição clara da substituição dos combustíveis
fósseis. A questão ambiental tornou-se uma competição entre a nova economia que surge, baseada nas energias limpas, e a antiga, dependente do
petróleo e carvão. A queda de braço favorecerá a nova economia, que já tem
disponível, para investimentos imediatos, mais de dez trilhões de dólares,
enquanto a indústria petroleira, com lucros em queda e estigmatizada pelo senso
comum, perde terreno.
A PETROBRÁS vai
receber a conta a ser paga aos
investidores americanos que se consideram logrados. Aplicaram em ações da
petroleira do Brasil valendo na época
mais de 30 dólares, e agora, quase não
valem nem um só.
A subida do dólar acabou de consumar o desastre.
A petroleira deve começar a construir a nova estratégia
ligada às energias renováveis. A Europa
quer eliminar nos próximos 15 anos o uso do petróleo em sua gigantesca
frota de veículos. Constrói carros
elétricos em massa. Não haverá energia
disponível para carregar tantas baterias.
Os bio-combustiveis serão fortes
protagonistas nesse novo cenário que a urgência ambiental desenha . Se houver tempo o Brasil precisa chamar
investidores estrangeiros, se ainda existirem,
ceder a eles as nossas jazidas, sem maiores exigências, antes que elas não
sirvam para nada. Seria uma forma, se ainda exeqüível, de gerar empregos em todo o país, reativando
a economia do Rio de Janeiro, Espírito
Santo, Sergipe, Rio Grande do Norte, São Paulo, pesadamente atingidos pela
retração da PETROBRAS.
Passou , definitivamente,
( a História anda ) aquele tempo em que era patriótico o grito nacionalista: ¨
O petróleo é nosso ¨.
Dentro de vinte anos as drogas estarão liberadas, mas o
petróleo será proibido.
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