Existiam árvores
frondosas nos espaços livres entre os
prédios pertencentes à Universidade Federal, que abrigam Secretarias de
Estado. Agora, não existem mais.
Há meses, sobre o
calçamento a paralelepípedos entre
aqueles prédios, espalhou-se asfalto. Evidentemente, o calor aumentou. Agora,
decepadas as árvores, não há sombras. O sol intenso, rebatendo sobre o asfalto
em fogo, agrava a canícula . O síndico do conjunto de prédios, do qual o
Governo de Sergipe é apenas inquilino, é o Secretário da Infraestrutura Valmor Barbosa. Engenheiro competente e
operacional ele tem o nome ligado às obras públicas realizadas nos últimos dez anos. Caso tenha ordenado o
corte, teria cometido um ¨ dendrocídio
¨, ou seja, permitindo-se o neologismo: um assassinato de árvores.
Ninguém tem o direito de por abaixo, voluntariosamente,
qualquer árvore. Em área urbana, o corte demandaria prévia licença da Secretaria Municipal do Meio
Ambiente.
Árvore não é propriedade particular, ainda mais quando num espaço público.
O prefeito de
Itabaiana, Francisquinho, colocou abaixo dezenas de árvores. Acossado pela opinião pública, principalmente
pelo corte de velhas e altas palmeiras, ele enviou a Canindé seu secretário da
Agricultura, Erotildes, para obter por doação do Instituto Vida Ativa, quase 2 mil mudas de
espécies diversas. Para repor as palmeiras, o prefeito Francisquinho teve de adquirir mudas a preço elevado numa floricultura, e já providenciou o plantio
, buscando compensar ou redimir-se do atentado ecológico .
No caso de Valmor, se ele desejar eximir-se da culpa ou
conivência com o ¨dendrocídio ,¨ o Instituto Vida Ativa lhe fornecerá as
mudas para que ele plante-as, experimentando sol e calor, onde existia a sombra amena das árvores dizimadas.
Bem-te-vís, sanhaços, anúns,
cebinhos, e gaviões, desalojados , estão
a voejar sobre o forno descampado, esperando
para despejar um côcôzinho vingativo na cabeça de quem lhes retirou os verdes e
refrescantes abrigos.
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