sábado, 12 de dezembro de 2015

A CRISE DE SERGIPE , DO SONHO AO PESADELO (2)



A CRISE DE SERGIPE  , DO
SONHO AO PESADELO (2)
Tendo acabado o sonho resta-nos esperar que o pesadelo não dure. A  quebradeira de Sergipe  não  terminará apenas com os nossos  próprios esforços, por maiores e mais eficazes que eles sejam. Dependemos essencialmente dos rumos que tomar a crise maior, a brasileira.
Há no governo entendimentos diversos sobre as formas de aliviar o esvaziamento contínuo dos cofres, principalmente, o resultante do déficit da previdência , procurando-se ,ao mesmo tempo, revitalizar os investimentos públicos, hoje reduzidos aos recursos do PROINVESTE, quase já utilizados, todos, em obras que estão em andamento, e aos do PRODETUR, especifico para  a infraestrutura turística. O governador Jackson Barreto  alimenta a esperança de concretizar parcerias público privadas, as PPPs,  já tendo iniciado a busca de investidores,  que, aliás, não costumam ser  encontrados com facilidade em tempos de recessão e insegurança política.
Há quem defenda a tese da capitalização a curto e médio prazos   através da venda de patrimônio público, o que começaria a ser feito com o leilão da área onde funcionava o Aeroclube de Sergipe.  O centro de atividades aéreo-desportivas,  foi um dos primeiros do país. Fundado em 1938, participou ativamente das ações de localização e salvamento dos navios torpedeados em agosto de 42, tragédia que motivou a declaração de guerra do Brasil aos países do Eixo.
 O Aeroclube encerrou suas atividade  por absoluta incompetência  de um grupo que dele se apossou por quase 30 anos, e devastou seu patrimônio, que era  cedido pelo estado. Permitiram, não se sabe como, a construção de  galpões ao longo da área mais nobre, que é justamente aquela voltada para a Avenida Maranhão. Mas há outras áreas que igualmente podem ser  vendidas. Há quem defenda, também, a venda  de empresas como o BANESE e a DESO, mas, além das dificuldades políticas que seriam enfrentadas, sabe-se que em época de recessão , possíveis compradores somente são atraídos por ¨ bolachas quebradas ¨.
O fundamental, agora, é substituir o sonho quase desfeito de expansão das atividades mineradoras, e formular uma nova e atualizada estratégia de desenvolvimento. Essa formulação em parte já se concretiza , com a inserção de Sergipe nas amplas perspectivas que se abrem no setor de serviços. A empresa  Alma Viva,  instalada no prédio de uma fábrica  desativada no bairro Industrial,  planeja gerar no próximo ano mais 2 mil empregos, chegando perto do teto de 7 mil que pretende alcançar. Já firmou contrato operacional com o SERGIPTEC, que vai ser transferido para o amplo edifício concluído no campus da UFS. O SERGIPTEC é um importante passo para a inserção decisiva de Sergipe na área da tecnologia da informação, para a qual, mesmo com a crise, existe ainda um amplo horizonte a ser descortinado. Há outras empresas de ¨Call Center ¨
 chegando a Sergipe.   Os salários não são os melhores, mas o emprego representa uma  oportuna alternativa transitória para estudantes entre 18 e 25 anos, que precisam completar a renda.
Há também boas notícias neste fim de ano. Em Estância a grande vidraceira   francesa Saint  Gobain,  já entrou em operação, testando os equipamentos  e treinando os trabalhadores. A Saint Gobain  forneceu vidraçarias  para o Rei Sol,  Luiz XIV.
 Em Aracaju, inaugurou-se o shopping da construção Ferreira Costa. Essas empresas,  juntas, têm potencial para criar mais de 800 empregos.
 Jackson deu início às obras do Terminal Pesqueiro de Aracaju. Trata-se de uma obra decisiva para a expansão da atividade pesqueira. Sergipe tem 27 Colônias de pesca espalhadas pela costa, pelos estuários e ao longo do  definhante  São Francisco. Precisamos agora  utilizar os  5 estuários que temos, para neles desenvolver a pesca em cativeiro, a produção de ostras e camarões.
Precisamos  dar   prioridade  a um projeto de atração de investimentos em energias alternativas. Nesse particular, andamos um tanto atrasados. Na economia de baixo carbono, único caminho para atenuar os efeitos danosos do aquecimento global, as energias limpas, como a solar e a eólica crescem exponencialmente.  Em Sergipe, há uma só central eólica localizada na Barra dos Coqueiros.   Uma cena frequentemente  registrada nas estradas nordestinas é a passagem de grandes carretas conduzindo as enormes peças dos aerogeradores. Temos de aprontar   o nosso mapa eólico,  ou seja, a lista de áreas propícias, e sair em busca de investidores, não só para as eólicas, também para a energia fotovoltaica, agora tornada viável  pela redução no preço dos equipamentos. Se poderia  completar essa situação favorável com uma política de incentivos fiscais. Talvez seja isso o que falta para  que indústrias, prédios, casas, escolas, hospitais, comecem a instalar seus próprios mini-sistemas para geração de energia,  e empresas  venham montar
 grandes  centrais de geração fotovoltaica e eólica em Sergipe. Em Pernambuco inaugura-se uma grande central fotovoltaica nos arredores de  Garanhuns, e há vários outros projetos , na Bahia, no Rio Grande do Norte,  Ceará, Paraiba. É por esse caminho que devemos andar.

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