A USINA NUCLEAR E
OS AMBIENTALISTAS
Energia nuclear ou atômica é coisa que ainda assusta. As
pessoas são levadas a pensar em bombas
explodindo, em destruição e morte. Na verdade a descoberta da utilização da
energia fabulosa contida na infinitamente pequena dimensão do átomo, foi feita
em função da necessidade que tinham os americanos durante a Segunda Grande Guerra ( 1939- 1945 )
,de se anteciparem aos alemães, na posse da arma mais letal que poderia
existir.
A energia atômica é perigosa ? Sem nenhuma dúvida, sim. Mas toda tecnologia
envolve perigos.
Depois do uso do átomo para fins militares em agosto de 45, começaram a entrar em operação usinas atômicas
para a produção de energia elétrica. A tecnologia atômica existe hoje para fins pacíficos em inúmeras atividades da
vida cotidiana . Com intensidade variada, a radiação atômica é usada nos
hospitais, nas indústrias, na agricultura
.
Não há um só dia no
mundo em que não morram centenas de
pessoas eletrocutadas, inclusive também por energia elétrica gerada por centrais
nucleares. Já em conseqüência direta da radioatividade as mortes são
raríssimas, por isso, quando ocorrem, sempre se tornam noticias destacadas.
O uso intenso dos combustíveis fósseis ( petróleo – carvão-
xisto e gás ) está envenenando as cidades, causando o aquecimento global,
disseminando vários tipos de cânceres, sendo, evidentemente, um perigo para a
humanidade infinitamente maior do que as centenas de usinas nucleares espalhadas pelo
globo, que, se forem submetidas a um protocolo rígido de manutenção e uso, jamais
repetirão os dois únicos acidentes graves até hoje ocorridos: o de Chernobil,
na Russia e o de Three Miles Islands,
nos Estados Unidos. No caso de
Fukushima, no Japão, o terremoto seguido
de tsunami ultrapassou o grau máximo da escala de Richter, que vai de 0 a 9,
mesmo assim, a central atômica danificada
teve controlado o vazamento de gás radioativo. Se um terremoto dessas
proporções houvesse ocorrido, por exemplo, na região de Paulo Afonso – Canindé, quase todas as barragens das hidrelétricas ali
localizadas teriam desabado, e uma onda gigantesca desceria pelo rio, destruindo cidades e milhares de vidas. Nem por isso
seria imaginável a desativação do sistema gerador da CHESF.
Pois exatamente o sistema CHESF, único do nordeste, está
sendo agora ameaçado de paralisação, caso não ocorram chuvas pesadas desde a nascente do Velho Chico
em Minas, até o gigantesco reservatório de Sobradinho, no meio oeste baiano,
que seca a olhos vistos. Por isso, com a mudança climática que está ocorrendo,
é urgente a instalação de sistemas alternativos de energia, entre eles a solar
, a eólica e a atômica, esta, com muito maior capacidade de geração e
capacidade de fornecimento firme de energia, porque não depende do sol, nem dos
ventos, e também da água para movimentar os geradores.
Sergipe poderá ser o local escolhido para uma central
nuclear.
Em consonância com uma nova realidade que se delineia, hoje
de forma tão evidente, os ambientalistas
precisam repensar suas posições antagônicas ao uso da energia nuclear.
Quando se fez a primeira tentativa a partir de 2008,
travou-se um salutar debate, mas nele também afloraram alguns absurdos. Poucos
políticos se manifestaram claramente a favor do projeto. Um deles foi o então
deputado federal Albano Franco, que chegou a ser estigmatizado .
Se a central não ficar em Sergipe, irá para bem perto, e
perderemos um investimento de alguns bilhões de dólares, milhares de empregos,
e os impostos permanentes que serão gerados. Desses impostos Sergipe tanto precisa.
Precisamos manter um debate em alto nível, destituído de
posições preconcebidas, de idéias
antigas que o tempo aposentou. Os políticos que tato falam, e geralmente sobre
temas desimportantes, poderiam estimular
o debate, contribuindo para o
esclarecimento da população, de certa forma desinformada, que vê a tecnologia
nuclear como uma ameaça à vida e a
sobrevivência da espécie humana.
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