O FINANCIAL TIMES E
A ¨ MORTE ¨ DO BRASIL
O jornalão londrino
Financial Times é, assim, como se fosse uma bíblia, ou, no mínimo, um
breviário que o capitalismo consulta, e
quase sempre segue. A depender dele, o
Brasil estria morto. Segundo o Times o
Brasil é um doente em estado terminal,
que teria perdido as funções renais, e
logo o coração pararia de bater. Trata-se de um brutal exagero.
Os ¨ evangelistas ¨ da ¨ bíblia ¨ capitalista, não poucas
vezes, perdem aquela fleugma que seria uma característica dos habitantes
das ilhas britânicas, e se deixam contaminar por um estranho mau humor, onde
derrapa a sensatez.
Países não costumam morrer
aos primeiros sintomas de uma doença.
Quando têm o porte de um gigante
, como é o nosso caso,
demoram muito a ser abatidos.
Países, e foram tantos, como os Estados Unidos, a Índia,
a Austrália, o Egito, conseguiram resistir, até ao colonialismo inglês, onde se misturavam a
gananciosa cupidez dos mercadores com a truculência arrogante da Coroa.
Pior, muito pior do
que uma doença terminal que logo leva a um desfecho esperado, poderá ser uma lenta agonia, que irá apagando os
definhantes sinais de vida.
Uma situação dessas é insuportável, não exatamente porque
conduz à extinção, mas, por que vai deixando irremovíveis seqüelas. Essa é,
exatamente, o tipo da doença da qual o nosso país agora padece. Não é como quer o jornal inglês
uma moléstia incurável. O organismo do país é forte, repleno de vitalidade, e,
por isso, plenamente capaz de derrotar os vírus que o afetam , entre eles, os mais maléficos: os vírus do
pessimismo e da descrença.
Ao povo brasileiro,
tão criativo, tão engenhoso, tão apto a dar
um ¨jetinho ¨, aquela capacidade
nossa de superar problemas, cabe a
tarefa de evitar que o vírus do pessimismo
se instale.
Ao governo, deverá
caber a responsabilidade essencial de impedir que a descrença nos domine.
Dilma, lamentavelmente, já não mais inspira um mínimo que
seja de confiança. Por motivos variados e certamente complexos, a presidente
não se mostrou apta para antever a crise e adotar medidas pontuais para
evitá-la. E por ter perdido credibilidade,
a solução da doença do país que não é , todavia terminal, se torna mais
difícil. Não será porem com falsas soluções de quem está querendo tirar proveito
pessoal da crise, gente assim tipo Aécio
, Eduardo Cunha e Gilmar Mendes, que se encontrará a melhor cura para o
país doente, todavia curável.
O impeachment sem base legal, sem que se cumpra expressamente
o que reza a Constituição apenas tornará mais avassaladora a contaminação de
outros vírus, como, por exemplo, aquele
terrível, resultante da sensação de que houve uma ilegalidade tolerada, e,
diante dela, todas as ações se justificam. Ou
seja, a porta aberta para o conflito.
Dilma, depois de ter anunciado o pacote possível de
soluções improváveis, poderia dar por
encerrada a sua tarefa, renunciando ao
mandato, deixando a quem a substituirá,
no caso o Vice – Presidente, a tarefa complexa de superar o impasse político.
O impasse político é exatamente a doença que sofremos, mas que não nos matará. Assim, com certeza, o Financial Times não
incluirá o nome do Brasil no seu sinistro
obituário.
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