sábado, 19 de setembro de 2015

O FINANCIAL TIMES E A ¨ MORTE ¨ DO BRASIL



O  FINANCIAL TIMES E
 A  ¨ MORTE ¨ DO BRASIL
O  jornalão londrino Financial Times é, assim, como se fosse uma bíblia, ou, no mínimo, um breviário  que o capitalismo consulta, e quase sempre segue. A depender  dele, o Brasil  estria morto. Segundo o Times o Brasil  é um doente em estado terminal, que  teria perdido as funções renais, e logo o coração pararia de bater. Trata-se de um brutal exagero.
Os ¨ evangelistas ¨ da ¨ bíblia ¨ capitalista, não poucas vezes, perdem aquela  fleugma  que seria uma característica dos habitantes das ilhas britânicas, e se deixam contaminar por um estranho mau humor, onde derrapa a sensatez.
Países não costumam morrer  aos primeiros sintomas de uma doença.   Quando têm o porte de um gigante  , como é o nosso caso,   demoram  muito a ser abatidos. Países, e foram tantos, como os Estados Unidos, a  Índia,  a Austrália, o Egito, conseguiram resistir, até  ao colonialismo inglês, onde se misturavam a gananciosa cupidez dos mercadores com a truculência arrogante da Coroa.
Pior,  muito pior do que uma doença terminal que logo leva a um desfecho esperado, poderá ser  uma lenta agonia, que irá apagando os definhantes sinais de vida.  
Uma situação dessas é insuportável, não exatamente porque conduz à extinção, mas, por que vai deixando irremovíveis seqüelas. Essa é, exatamente, o tipo da doença da qual o nosso país  agora padece. Não é como quer o jornal inglês uma moléstia incurável. O organismo do país é forte, repleno de vitalidade, e, por isso, plenamente capaz de derrotar os vírus que o afetam ,  entre eles, os mais maléficos: os vírus do pessimismo e da descrença.
 Ao povo brasileiro, tão criativo, tão engenhoso, tão apto a dar  um ¨jetinho ¨,  aquela capacidade nossa de superar problemas, cabe a  tarefa de  evitar que o vírus do pessimismo se instale.
Ao governo,  deverá caber a responsabilidade essencial de impedir que a descrença nos domine.
Dilma, lamentavelmente, já não mais inspira um mínimo que seja de confiança. Por motivos variados e certamente complexos, a presidente não se mostrou apta para antever a crise e adotar medidas pontuais para evitá-la. E por ter perdido credibilidade,  a solução da doença do país que não é , todavia terminal, se torna mais difícil. Não será porem com falsas soluções de quem está querendo tirar proveito pessoal da crise, gente assim tipo Aécio  , Eduardo Cunha e Gilmar Mendes, que se encontrará a melhor cura para o país doente, todavia curável.
O impeachment sem base legal, sem que se cumpra expressamente o que reza a Constituição apenas tornará mais avassaladora a contaminação de outros vírus, como, por exemplo,  aquele terrível, resultante da sensação de que houve uma ilegalidade tolerada, e, diante dela, todas as ações se justificam. Ou  seja, a porta aberta para o conflito.
Dilma, depois de ter anunciado o pacote possível de soluções  improváveis, poderia dar por encerrada a sua tarefa, renunciando  ao mandato,  deixando a quem a substituirá, no caso o Vice – Presidente, a tarefa complexa de superar o impasse político.
O impasse político é exatamente a doença  que sofremos, mas que não nos matará.  Assim, com certeza, o Financial Times não incluirá o nome do Brasil no seu sinistro  obituário.

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