sábado, 12 de setembro de 2015

O DAY AFTER DA PERDA DO INVESTMENT GRADE



O DAY AFTER DA PERDA
DO INVESTMENT GRADE
Tudo tem que ser assim mesmo, em inglês, a língua hegemônica, exportada para o mundo subalterno. O título desse suelto, ( assim se chamavam antigamente pequenos comentários nos jornais ) teria de ser mesmo no velho dialeto  que se tornou quase a língua global, e é nela que expressamos a nossa derrota, assim traduzida:  ¨O dia após a perda do grau de investimento ¨, ou seja, a cassação do passaporte para transitar, com elegância, pelo mundo sempre imprevisível e  impiedoso dos grandes negócios, pelo complexo labirinto da alta finança, enfim, a credencial indispensável para chegar ao primeiro degrau da hierarquia e dos ritos do primeiro mundo.
A Standard § Poor`s,      agencia de avaliação de risco que escondeu  a mais que previsível explosão da bolha imobiliária americana, não se trata de uma empresa insuspeita, a ela se ligam e são determinantes muitos interesses ocultos, mas as classificações que produz tornam-se devastadoras, como estamos a constatar.
Tudo o que  alcançamos nos últimos dez anos em termos de estabilidade econômica vai sumindo pelo ralo. E talvez levemos  outros dez anos para  recuperar as perdas.
No ¨day –after  ¨o  dólar foi às alturas, a bolsa despencou, desvalorizaram-se os títulos brasileiros, evaporou-se a confiança dos investidores , o Brasil retornou à companhia dos párias do mundo. Isso acontece  no mundo capitalista e globalizado onde,  por bem ou por mal, estamos inseridos.  Conviver com ele, sem que percamos a dignidade e a capacidade inteligente de defender os nossos interesses, é mesmo a única opção possível. O resto é devaneio ou utopia.   Há saídas ?    Sem dúvidas, o Brasil é bem maior do que a incompetência e cabeça dura dos que nos levam a desastres. Vamos sair da crise sem perder o otimismo, mas, esperando que haja bom senso para construirmos soluções que passam, inicialmente, pela necessidade de um pacto político. Sem ele, nada anda. Quem irá fazê-lo, essa, é a grande incógnita. Mas não o iremos construir através  de um impeachment, ou de outras pretensas soluções que têm aquele odor nauseabundo que a tudo contamina, quando se rasgam Constituições.

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