ZÉ DIRCEU, A CARA
DA NOSSA POLÍTICA
Quando militante de esquerda e líder estudantil, Zé Dirceu alimentava o sonho ou a generosa utopia de mudar para melhor o mundo. Acreditava na Revolução que construiria uma sociedade justa. As instituições que se formassem nessa nova
estrutura social se moveriam como instrumentos do poder popular, e nelas, a
corrupção seria crime intolerável, degenerescência burguesa inconcebível num
processo revolucionário. Talvez Zé Dirceu tenha subido a rampa do Planalto
levando com ele alguns vestígios daquelas convicções da juventude. Por isso, imaginava-se,
ele, e os companheiros, como portadores
de algo que os diferenciaria das tão estigmatizadas elites brasileiras.
Para Zé Dirceu, contudo, o poder foi a plástica que o
transformou, mudando-lhe a feição talvez
idealista. Ocorreu a metamorfose que o
fez a própria cara da política brasileira. Com o agravante de ter exagerado demais na ousada cirurgia.
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