sábado, 20 de junho de 2015

O ESTILO ¨ CARCARÁ ¨ DO SINTESE E DA DEPUTADA ( 4)



O ESTILO ¨ CARCARÁ ¨  DO
    SINTESE E DA DEPUTADA ( 4)
A manhã de quarta-feira, dia 17, já chegava ao meio dia, e  em frente ao Tribunal de Justiça de Sergipe, havia um estranho, esquisito cheiro . Sabe-se, que pelo odor  não é possível   identificar ideologias, mas se poderá recorrer a uma metáfora envolvendo o sentido    do olfato para classificar   as fortes emanações que escapam de transfiguradas  cartilhas ideológicas. E maltratam os narizes. De tão maléficas,   se tornam malcheirosas.
Havia, no local onde falavam lideranças do Sintese ,  um cheiro de fascismo, misturando –se  com um cheiro de POUM. Por  favor ,  não imaginem que aqui estamos a construir trocadilhos.

Explicitemos:  Fascismo, todos sabem o que significa. É palavra gasta de tanto repetida e amaldiçoada. Já o POUM, não é o que se possa  desavisadamente   imaginar, escrito assim, com excesso de letras. No caso, POUM é a sigla do Partido Operário de Unificação Marxista.

 Durante a guerra civil espanhola,  quando o morticínio se transformou na continuação da política desvirtuada, os fascistas que se espalhavam por denominações diversas,  das quais a Falange era a mais ostensiva, constituíam um  bloco,  ( nacionalistas ) contra o qual se batiam as forças populares, ( republicanos ) onde estavam a esquerda moderada, os liberais, a esquerda radical, e os anarquistas, também estes, divididos em  varias facções, desde a linda utopia intelectualmente cultivada , à ferocidade dos fuzilamentos em massa,  e a exumação de cadáveres de freiras com os quais dançaram alguns militantes ensandecidos pelo ódio e pelo álcool.

Sobre a Guerra Civil Espanhola existe uma imensa literatura tratando de atrocidades cometidas por ambos os lados, embora aos fascistas, que venceram e  se assenhorearam do poder, se atribuam crimes hediondos ,  que duraram até a morte de Francisco Bahamonde  Franco, ¨ Caudillo de Espanha por la  gracia de Díos ¨.
O POUM,  extremamente radicalizado, durante os 4 anos que durou a guerra, vestiu-se com a mesma roupagem odienta que usavam os fascistas, e isso ampliou o rastro  de  atrocidades.
  Quando duas ideologias extremadas e antagônicas se assemelham na prática,  pelos mesmos métodos absurdos que utilizam, é possível dizer que  há entre eles o traço de união da intolerância e do crime.
 Na manhã de quarta –feira  o Sintese e a deputada  Ana Lúcia, conseguiram uma proeza, quase um malsinado sortilégio. Teria sido um canjerê, um tanglomanglo  de desatinos da parlamentar e da sua turma de    ¨nigromantes  ideólogos ¨ que deixaram escapar   do caldeirão fervente de egolatrias e  maniqueísmo , aquele odor até então não experimentado por narizes sergipanos. Era o cheiro horroroso  que  o   ¨ estilo   ¨carcará ¨ espalhava pelos ares da Praça Fausto Cardoso. 
 Sentia-se a mistura pestilenta de odores fascistas,   anarco-niilistas ,  e
mais aquele, que o POUM deixou como herança: o da esquerda com visão totalitária.
Do alto de um potente Trio Elétrico , desafio de decibéis trovejantes, , líderes do Sintese, e uma deputada, isso mesmo, a deputada Ana Lúcia, desconstruíam aquele secular  templo  de harmonia dos poderes, e submissão de todos ao império da lei, que se resume na curta expressão: Estado Democrático de Direito. O nosso, reconstruiu-se e solidificou-se há pouco mais de três décadas. E sabe  bem   a deputada  como foi difícil a tarefa.  
 Aquela  ¨ plantinha  tenra ¨ como João Mangabeira classificou a nossa democracia, ainda, ao que parece, não fincou muito fundo suas raízes no solo pátrio, ou na cabeça de certas pessoas.    Líderes do Sintese   subiram em um Trio Elétrico para  ofender  e insultar um poder legitimamente constituído,   trocando argumentos  por xingamentos.  E disseram: ¨ não temos a obrigação de obedecer à Justiça ,  quem pode julgar se a nossa greve é legal ou ilegal, somos nós, e mais ninguém.¨  Diante dessa ignomínia retórica que a deputada Ana Lucia aplaudia,  não há como livrar a sociedade de um sentimento de dúvida. De dúvida  e  temores em relação ao futuro dessa juventude que frustra suas esperanças  numa escola pública subjugada pela   prepotência  arrogante  e  facistóide   do  Sintese e da sua deputada.
Ignoram,  o Sintese e a deputada, que tribunais em regimes democráticos diferem  daqueles ¨ tribunais de exceção ¨ com os quais, talvez, estejam a sonhar. Voto a favor e contra, é  prática corriqueira no Judiciário. Para quem se sente derrotado, ou até mesmo esbulhado, existe o recurso às instancias superiores, e essas instancias não se encontram nas calçadas, sobre Trios Elétricos, nem serão alcançadas com o vozerio arrogante e desafiador dos que fizeram do endinheirado sindicato  um bunker no qual se isolam e se protegem.
Talvez, por isso, um magistrado que proferiu  consciente e bem elaborado voto a favor do Sintese, confessou que estava atônito com a reação dos sindicalistas, e sobretudo, de  uma representante do povo, que, ao ser empossada, jurou defender a Constituição, a independência dos poderes e o regime democrático. Com esse  insólito e truculento ¨ estilo carcará ¨,  o Sintese  e a sua deputada vão, a cada dia, caminhando para o ostracismo resultante da condenação popular.  Domingo passado o economista e professor Dilson Barreto, cidadão que construiu uma biografia de participação social, espírito público, responsabilidade e sensatez, publicou no Jornal da Cidade  um artigo que merece ser lido por todos os que se interessam pela educação sergipana; pelos pais de alunos, pelos alunos, pelos professores, e que deveria, também, ser  convite à reflexão aos que abandonam  regras de civilidade, e  a convivência democrática.
  Outro artigo,  na mesma data, no   JORNAL DO DIA , texto primoroso ,  moderno,  do fogoso e up -to -date jornalista Lelê Teles, é grito saído da indignação de um lúcido militante social.
 Se essas advertências não valerem, o nefasto cheiro de fascismo misturado com o do POUM,  continuará infestando os nossos ares.
Só o retorno ao diálogo poderá servir, inicialmente, como máscara contra gases, depois, como ampla e arejada  plataforma para o entendimento . É o que a sociedade  tanto espera.

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