O ESTILO ¨ CARCARÁ ¨ DO
SINTESE E DA
DEPUTADA ( 4)
A manhã de quarta-feira, dia 17, já chegava ao meio dia, e em frente ao Tribunal de Justiça de Sergipe,
havia um estranho, esquisito cheiro . Sabe-se, que pelo odor não é possível identificar ideologias, mas se poderá recorrer
a uma metáfora envolvendo o sentido do olfato para classificar as
fortes emanações que escapam de transfiguradas cartilhas ideológicas. E maltratam os narizes.
De tão maléficas, se tornam malcheirosas.
Havia, no local onde falavam lideranças do Sintese , um cheiro de fascismo, misturando –se com um cheiro de POUM. Por favor , não imaginem que aqui estamos a construir
trocadilhos.
Explicitemos: Fascismo, todos sabem o que significa. É palavra gasta de tanto repetida e amaldiçoada. Já o POUM, não é o que se possa desavisadamente imaginar, escrito assim, com excesso de letras. No caso, POUM é a sigla do Partido Operário de Unificação Marxista.
Durante a guerra civil espanhola, quando o morticínio se transformou na continuação da política desvirtuada, os fascistas que se espalhavam por denominações diversas, das quais a Falange era a mais ostensiva, constituíam um bloco, ( nacionalistas ) contra o qual se batiam as forças populares, ( republicanos ) onde estavam a esquerda moderada, os liberais, a esquerda radical, e os anarquistas, também estes, divididos em varias facções, desde a linda utopia intelectualmente cultivada , à ferocidade dos fuzilamentos em massa, e a exumação de cadáveres de freiras com os quais dançaram alguns militantes ensandecidos pelo ódio e pelo álcool.
Sobre a Guerra Civil Espanhola existe uma imensa literatura
tratando de atrocidades cometidas por ambos os lados, embora aos fascistas, que
venceram e se assenhorearam do poder, se
atribuam crimes hediondos , que duraram
até a morte de Francisco Bahamonde
Franco, ¨ Caudillo de Espanha por la
gracia de Díos ¨.
O POUM, extremamente
radicalizado, durante os 4 anos que durou a guerra, vestiu-se com a mesma
roupagem odienta que usavam os fascistas, e isso ampliou o rastro de atrocidades.
Quando duas
ideologias extremadas e antagônicas se assemelham na prática, pelos mesmos métodos absurdos que utilizam, é
possível dizer que há entre eles o traço
de união da intolerância e do crime.
Na manhã de quarta
–feira o Sintese e a deputada Ana Lúcia, conseguiram uma proeza, quase um
malsinado sortilégio. Teria sido um canjerê, um tanglomanglo de desatinos da parlamentar e da sua turma de ¨nigromantes
ideólogos ¨ que deixaram escapar do caldeirão fervente de egolatrias e maniqueísmo , aquele odor até então não
experimentado por narizes sergipanos. Era o cheiro horroroso que
o ¨ estilo ¨carcará
¨ espalhava pelos ares da Praça Fausto Cardoso.
Sentia-se a mistura
pestilenta de odores fascistas, anarco-niilistas , e
mais aquele, que o POUM deixou como herança: o da esquerda
com visão totalitária.
Do alto de um potente Trio Elétrico , desafio de decibéis
trovejantes, , líderes do Sintese, e uma deputada, isso mesmo, a deputada Ana
Lúcia, desconstruíam aquele secular
templo de harmonia dos poderes, e
submissão de todos ao império da lei, que se resume na curta expressão: Estado
Democrático de Direito. O nosso, reconstruiu-se e solidificou-se há pouco mais
de três décadas. E sabe bem a deputada
como foi difícil a tarefa.
Aquela ¨ plantinha
tenra ¨ como João Mangabeira classificou a nossa democracia, ainda, ao
que parece, não fincou muito fundo suas raízes no solo pátrio, ou na cabeça de
certas pessoas. Líderes do Sintese subiram
em um Trio Elétrico para ofender e insultar um poder legitimamente constituído,
trocando argumentos por xingamentos. E disseram: ¨ não temos a obrigação de
obedecer à Justiça , quem pode julgar se
a nossa greve é legal ou ilegal, somos nós, e mais ninguém.¨ Diante dessa ignomínia retórica que a deputada
Ana Lucia aplaudia, não há como livrar a
sociedade de um sentimento de dúvida. De dúvida e temores em relação ao futuro dessa juventude
que frustra suas esperanças numa escola
pública subjugada pela prepotência arrogante
e facistóide do Sintese
e da sua deputada.
Ignoram, o Sintese e a
deputada, que tribunais em regimes democráticos diferem daqueles ¨ tribunais de exceção ¨ com os quais,
talvez, estejam a sonhar. Voto a favor e contra, é prática corriqueira no Judiciário. Para quem
se sente derrotado, ou até mesmo esbulhado, existe o recurso às instancias
superiores, e essas instancias não se encontram nas calçadas, sobre Trios Elétricos,
nem serão alcançadas com o vozerio arrogante e desafiador dos que fizeram do
endinheirado sindicato um bunker no qual
se isolam e se protegem.
Talvez, por isso, um magistrado que proferiu consciente e bem elaborado voto a favor do
Sintese, confessou que estava atônito com a reação dos sindicalistas, e
sobretudo, de uma representante do povo,
que, ao ser empossada, jurou defender a Constituição, a independência dos
poderes e o regime democrático. Com esse
insólito e truculento ¨ estilo carcará ¨, o Sintese e a sua deputada vão, a cada dia, caminhando
para o ostracismo resultante da condenação popular. Domingo passado o economista e professor
Dilson Barreto, cidadão que construiu uma biografia de participação social,
espírito público, responsabilidade e sensatez, publicou no Jornal da Cidade um artigo que merece ser lido por todos os que
se interessam pela educação sergipana; pelos pais de alunos, pelos alunos,
pelos professores, e que deveria, também, ser convite à reflexão aos que abandonam regras de civilidade, e a convivência democrática.
Outro artigo, na mesma data, no JORNAL DO DIA , texto primoroso , moderno, do fogoso e up -to -date jornalista Lelê
Teles, é grito saído da indignação de um lúcido militante social.
Se essas advertências
não valerem, o nefasto cheiro de fascismo misturado com o do POUM, continuará infestando os nossos ares.
Só o retorno ao diálogo poderá servir, inicialmente, como
máscara contra gases, depois, como ampla e arejada plataforma para o entendimento . É o que a
sociedade tanto espera.
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