EM TEMPOS DE
CRISE É
ESSENCIAL VER O FUTURO
Morreu o empresário
Olacir de Morais. Ele, nos seus dias de apogeu, estava entre os 200 homens mais ricos
do mundo. Era chamado Rei da Soja. Quando Albano foi presidente da CNI, costumava conversar com Olacir, e agora, lamentado a morte do amigo, lembra do que ele lhe dissera numa daquelas conversas
no inicio dos anos 80.
Olacir falava sobre a
expansão do cultivo da soja, e via o nordeste como área a ser invadida pelo cereal que o mundo
consume avidamente.
Sabendo que Sergipe lutava para construir um porto oceânico,
ele disse que o projeto era estratégico para o estado e para o nordeste. Falou
sobre a necessidade de parcerias para que a obra andasse rápido, e o porto sergipano se tornasse ponto de escoamento da produção nordestina de
cereais , também dos produtos gerados
nos perímetros irrigados do médio São Francisco. O porto saiu, mas tem capacidade
limitada. Hoje controlado pela Vale,
atende à demanda daquela empresa
no que se refere ao potássio; serve para outras finalidades, mas, com profundidade
reduzida e sem área disponível para atracação de mais de três navios, o porto
agora necessita ser urgentemente ampliado.
Há sobre a mesa de Jackson um projeto ambicioso a ser
desenvolvido ao longo dos próximos 10 anos. No caso específico, não se pensa em
parcerias público –privadas, até porque os cofres do estado andam em penúria. O
que se quer é juntar interesses empresariais,
montar uma articulada rede de negócios, começando pela construção já
definida da Termoelétrica, que será a maior do país. A termoelétrica, importará dos Estados Unidos o gás
liquefeito transportado por navios, e o
novo porto deverá recebê-los. Depois, o
gás sergipano será utilizado. Há operadoras de portos interessadas, há projetos
em andamento na área do cimento. O Projeto Carnalita , segundo a Vale, não saiu de foco, apenas estaria adiado
até uma normalização da situação econômica do país e da empresa, que sofreu queda livre das suas ações em conseqüência da redução do
preço do ferro e da concorrência do
minério australiano. Há também a exploração dos campos petrolíferos no mar . Ainda este ano será realizado o leilão
de áreas, e o campo sergipano é, entre
todos, o que tem maior potencial. Tudo isso requer a existência de um porto
adequado. O economista Oliveira Junior lembra que em 2014 o nordeste bateu o
sudeste em produção de grãos, e Sergipe, com o milho, contribuiu, para esse resultado. Geograficamente, o porto sergipano é o caminho natural para o
escoamento dos produtos regionais, ainda mais,
quando se sabe que os portos de Suape em Pernambuco, e Pecem no Ceará, já estão saturados.
As previsões de Olacir permanecem atuais.
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