OS TEMPLOS E A HISTORIA
QUE POR ELES PERPASSA
Permanecem as agruras financeiras do Arcebispado que tenta conseguir o suficiente para a
reforma do nosso principal templo católico, a Catedral de Aracaju, erigido sobre terrenos
conquistados aos mangues e areais onde
foi surgindo a acanhada capital, nos meados do século dezenove. A Catedral não
é uma ruína, mas, se deixarem que o tempo sobre ela continue agindo, sem a ação
cosmética na face envelhecida, a pátina da idade destituída de cuidados
comprometerá a beleza do nosso templo maior
do catolicismo; as torres antes brilhantes, permanecerão num tom escurecido, que parecerá
desdém.
Formou-se uma comissão
para cuidar da coleta de recursos. O conselheiro Carlos Pinna ficou
responsável pela divulgação, o marketing da campanha. E a ela aderimos,
principalmente, após o convencimento através dos pertinentes argumentos que o
conselheiro alinha. Diz ele: O
Estado laico, não pode ter preferência por confissões religiosas. Mas o templo é
patrimônio nosso, por ele perpassa boa parte
da nossa História. Na terra descoberta a historia dos que começaram arranhando
o seu litoral é curta, se comparada à historia européia, asiática, onde templos
existem desde tempos imemoriais. Mas para a nossa historia curta, um prédio
como a catedral se torna referencia necessária.
Carlos Pinna recorre aos conceitos emitidos pelo pastor Gerson Vilas Boas, quando defendeu a
recuperação, pelo Estado, da histórica Primeira Igreja Presbiteriana erigida em
Laranjeiras. Recorre ainda aos livros publicados pela professora doutora Ester Vilas Boas Carvalho, filha do
pastor Gerson, que, acompanhada do
marido, o também professor doutor Jorge Carvalho, foi mergulhar durante 15 dias
nos arquivos da Universidade de Cambridge, para buscar pistas dos presbiterianos
ingleses e americanos que vieram se fixar no Brasil, fundando igrejas.
Acrescenta Carlos Pinna que templos onde se praticam cultos,
sejam eles de confissões católicas, evangélicas, afro-brasileiras, sejam eles
uma Mesquita, uma Sinagoga, desde que tenham por eles o percurso da História,
devem, sim. merecer a atenção do Poder Público. E nisso discorda,
como jurista, do parecer emitido pela Procuradoria Geral do Estado, que amarrou
as iniciativas do governador Jackson Barreto,
do prefeito João Alves, sensíveis aos apelos da comunidade católica e
dos preocupados com o destino dos nossos monumentos históricos.
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