domingo, 17 de maio de 2015

OS CAVALOS A PONTE E A A GREVE DOS PROFESSORES



OS CAVALOS A PONTE E   A
 A GREVE DOS PROFESSORES
Quando caiu a ponte da Pedra Branca , ao que se informa em conseqüência do tropel de 30 cavalos, um jornalista extremamente curioso e intrometido na seara alheia, andou a fazer especulações, empíricas todas elas, sobre os efeitos que teria o choque de tantos cascos em cima da estrutura de uma ponte. Descobriu que a tarefa seria complicada.  Exigiria conhecimentos de matemática, física, também informações sobre os materiais que compunham a estrutura da ponte, e até relativas à temperatura no chão, na hora do acidente, além de conhecimentos sobre a anatomia, mais especificamente, a respeito da   andadura   dos animais.   Mas haveria uma
   outra  e decisiva questão: as vibrações produzidas e a sua capacidade de abalar as estruturas.
Com tantas complicações além das coisas com as quais estaria acostumado a lidar, o jornalista imaginou transferir aos engenheiros, matemáticos, ou físicos a elaboração de uma tabela determinando exatamente quantos quadrúpedes seriam necessários, por exemplo, para colocar abaixo aquela ponte  da Coroa do Meio, sobre a qual, previdente, determina o Corpo de Bombeiros, que nos dias de festas não trafeguem Trios Elétricos com o sistema de som ligado, produzindo a trovoada de decibéis  perigosos.
Diante dos óbices da carência de conhecimentos técnicos e da escassez de informações, o jornalista  desistiu  das patas cavalares e voltou-se para a nossa obliterante deficiência no que se refere às matemáticas.
Diante da calamitosa ineficiência do ensino da matemática e da educação em geral, o jornalista enxerido    resolveu formular  para  8 estudantes do segundo grau, o simples problema:  A ponte  que caiu tinha, sobre ela, uma adutora de 200 metros com um metro e meio de diâmetro.  Supondo-se que no instante da queda ela estivesse cheia, determinar qual seria o volume  e o peso da água , dando-se a cada litro o valor de um quilo.
Nenhum dos   alunos  conseguiu resolver a questão.
Quando o ensino público se deteriora, amplia-se aquela calamitosa desigualdade social que leva o Brasil   para junto dos mais socialmente injustos. Pobre vai para a escola pública, o rico ou remediado vai para a rede particular. Assim, se coloca um freio maligno na mobilidade social.
  Os professores de Sergipe farão greve por tempo indeterminado. Mais uma vez os prejudicados serão os alunos. Semana passada nos  programas dos comunicadores Gilmar Carvalho e George Magalhães dava para ser sentida a indignação dos pais e mães em relação à incrível predisposição do SINTESE para deflagrar greves. Ninguém  põe em duvida a justiça de grande parte das reivindicações dos professores , o problema é que a greve é o pior instrumento para o protesto, porque se torna um malefício para a sociedade. Sem que se tenha a pretensão de afirmar que os professores ganham bem, é preciso admitir que 80 % dos pais e mães que mandam seus filhos para a rede pública têm renda familiar muito mais baixa do que os  professores. Mas a realidade dos números mostra que Sergipe está entre os 10 estados onde os professores conseguiram salários melhores.
De greve em greve estão condenando o Brasil a ser o país das pontes que caem aos 80 anos.
  Desafiando a opinião pública e o bom senso, o SINTESE terminará isolado. Assim, não conseguirá nem mesmo,  servir aos  objetivos eleitorais da deputada Ana Lúcia, que começa a ser pesadamente reprovada por quem tem filho estudando na rede pública.

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