A SOLIDÃO DA SENHORA ROUSSEF
A presidente que quer ser chamada presidenta, errou no voluntarismo ao impor o
feminino numa palavra que serve adequadamente aos dois gêneros. Isso não seria questão
substantiva, como é o voluntarismo de administrar, ouvindo a
poucos ou a nenhum.
Movida por algum
sentimento ético ou mera indisposição, Dilma
distanciou-se daqueles a quem Lula, certa vez, num arroubo de
retórica eleitoral, chamou de ¨400 picaretas ¨. No poder, logo descobriu que sem eles, picaretas ou não, o
presidente fica como se fosse Rainha da Inglaterra, mas sem direito até às precedências protocolares do cargo.
Quando o primevo Cid
Gomes , aspirante à condição de homo- sapiens foi à Câmara cometer a
insanidade, a presidente o exonerou, depois, mandou que Mercadante , o
petrificado, telefonasse para o bem
sucedido blefador, presidente da Câmara,
para dizer-lhe que a presidente queria conversar sobre a indicação do novo ministro. Eduardo Cunha
mostrou a trinca de ases na mão,
respondendo: ¨Vou mandar verificar na minha agenda quando poderei
receber a senhora Roussef.¨
Um assessor perguntou ao presidente da Câmara : ¨ Trata-se da senhora Roussef , presidente da República.¨ ? E Eduardo
respondeu: ¨É para essa senhora que estou
lhe pedindo ver quando haverá espaço na agenda para
eu recebê-la. ¨
A senhora Roussef desistiu da conversa, e está
sentindo o peso da solidão em que agora se encontra.
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