LUCIANO BISPO E O
FIM DAS SUBVENÇÕES
A vistosa verba com a
qual os deputados se presentearam para fazer política social direta, acabou, como se previa, em muitas dores de
cabeça. As ações movidas em conjunto
pelo Ministério Público Federal e
estadual, chegando à Justiça , vão tirar, por muito tempo, o sono tranqüilo dos
deputados reeleitos, e de duas ex-deputadas agora conselheiras. Diante de uma
improvável, todavia possível saraivada
de punições, alcançando mais de dois
terços da Assembléia, recomendava o bom senso que se desse fim, rápida e
decididamente, ao discutível ¨direito¨ do
uso, entendido como abuso, de um
milhão e meio de reais. O MPF apontou erros, inúmeros e graves. Com
culpas ou sem culpas, era necessário que
se fizesse um gesto em direção ao que recomendaram, tanto o Ministério Público como
o Tribunal de Contas.
Ressalta nisso tudo a
imensa hipocrisia daquela exigência da prestação de contas dos recursos
utilizados nas campanhas eleitorais, quando se sabe que cada vez mais o voto se
torna objeto de negócio, e para obtê-lo é preciso gastar o que se tem e o que se obtém , seja entre os ávidos agiotas que ficam
a bater às portas dos eleitos, e, principalmente, dos não eleitos; seja por
qualquer outra forma possível. Essa é a face
horrorosa da nossa democracia, que nenhuma maquiagem de inócua legislação tem,
até agora, contribuído para torná-la menos
feia.
Numa hora difícil, num
momento delicado, o presidente Luciano Bispo, com aquele jeito
de itabaianense tímido, que sabe negociar e convencer, foi ao cerne da questão, que consistia,
basicamente, em reconhecer o erro das subvenções e nelas por um fim. Conversou longamente com
todos os envolvidos no problema, conseguiu vencer as resistências demonstrando que era necessário aplacar a
indignação causada pelas denuncias, satisfazer aos órgãos fiscalizadores e à
opinião pública. E assim foi feito. Restam agora nos cofres do Legislativo os 36 milhões. Pensou-se, inicialmente, em
destiná-lo a um novo prédio para a Assembléia, entende-se agora que melhor seria atender às agruras maiores,
destinando a bela quantia para o
Hospital do Câncer, e a obras
essenciais, como um novo IML, ou o projetado Centro de Referencia para
Portadores de Necessidades Especiais. Com a habilidade que tem para tratar com
problemas difíceis, como já ficou constatado, Luciano poderá formar um consenso em relação à
aplicação da dinheirama.
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