segunda-feira, 23 de março de 2015

A REPÚBLICA E O CABARÉ DE TONHO



 A REPÚBLICA E O CABARÉ DE TONHO
A definição de República feita antes de Cristo por Cícero,  permanece atual. A res pública, a coisa do povo, o interesse coletivo, a coisa pública,  são, segundo o tribuno romano, os atributos indispensáveis na concepção do governo republicano, e nisso a República ganha a sua característica, que não é apenas uma forma de governo  diferenciando-se e  contrapondo-se à monarquia, mas, que se identifica, essencialmente, com o primado da justiça e da equidade.
Raimundo Faoro, em Os Donos do Poder revela a deformação histórica da República brasileira corroída por um patrimonialismo  que vem de muito longe, dos primórdios da nossa formação como povo e nação.   A nossa República transformou-se na ¨ Magna Latrocínia ¨,  denominação de Santo Agostinho, para os governos desfigurados.
Cid Gomes, quando foi à Câmara dos Deputados,    apontando para o presidente fez aquelas denuncias tão graves pelo conteúdo e tão desastradas quanto à forma , deixou  de oferecer,  com moderação e serenidade,  um instrumento para  o reerguimento da  República a partir da ¨ magna latrocínia ¨  onde as instituições se atolam.
 O ex- ministro ,  pela sua tempestuosa  maneira de agir, fez lembrar um dono de cabaré aracajuano chamado Tonho do Mira, ou Maria 38. Quando, nas noites  trepidantes dos sábados o clima no Mira Mar tornava-se explosivamente bagunçado, Tonho  pulava em cima de uma mesa, disparava um tiro para o alto. Fazia-se um silencio amedrontado, e ele  bradava: ¨Isso aqui  é um cabaré, mas tem dono¨.  Todavia, no sábado seguinte,  a mesma bagunça retornava.
O problema é que,  tanto no cabaré de Tonho em desordem, como na República de Dilma, desvirtuada,  nada se pode resolver na base do grito.

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