A PETROBRÁS DE ONTEM E
DE HOJE
Não é de hoje que se
cometem erros e ocorrem avanços sobre o patrimônio da nossa petroleira
estatal. Isso, todavia, não justifica
nem ameniza culpas dos que participaram, permitiram ou não souberam evitar o
mega-assalto que ameaça levar ao nocaute a empresa que por tanto tempo foi
símbolo orgulhoso do próprio país.
Corriam os anos da década
dos 60 e a PETROBRÁS multiplicava em Sergipe suas atividades. Havia sondas até dentro da cidade de Aracaju, na praia 13 de Julho, no bairro Suiça, e
muitas outras ao longo da estrada do Mosqueiro . Um dia um petroleiro convida um amigo ex-colega da faculdade de economia e que era jornalista, a acompanhá-lo numa visita a
2 poços perfurados no Mosqueiro. Começou
a visita por um dos poços que estivera a cargo de uma empresa romena contratada
pela Petrobrás. Em torno da tubulação
tamponada não havia um só resto de material, nem mesmo um parafuso, tudo fora
cuidadosamente retirado. Depois, chegou-se até o poço perfurado pela Petrobras,
e o petroleiro defensor intransigente da empresa, dizia, entre revoltado e
triste: ¨Veja aqui quanto desperdício, quanto material
abandonado, mas isso vai ser vendido como ferro velho e o dinheiro não irá para
os cofres da Petrobras.¨ Uns 10 anos depois, em plena era do autoritarismo o
jornalista que presenciou o desperdício, ou simplesmente roubo, recebia, na
redação de um jornal o telex enviado pelo energúmeno setor de censura,
instalado no Ministério da Justiça, assim escrito: ¨De ordem superior fica
terminantemente proibido reproduzir falsas noticias veiculadas no estrangeiro
por grupos subversivos, sobre depósitos que estariam sendo efetuados no Principado
de Liechtenstein em contas secretas de dirigentes da Petrobrás ¨
Como se vê a rolha imposta aos meios de comunicação impedia
que se soubesse da roubalheira, e dessa
forma a protegia.
Isso hoje não mais
existe. Ponto em favor da democracia. Por
isso, são processados os
Cerverós, os Paulos, os Youssefs, os executivos
de poderosas empreiteiras, e logo sairão os nomes dos políticos que comandaram
ou integraram a arrojada quadrilha . Tudo, farta ou até escandalosamente noticiado pela
mídia.
Enquanto isso, a
Petrobras definha, e é preciso salvá-la. Sergipe, por exemplo, tem a sua
economia atrelada à atuação da estatal do petróleo, e esse atrelamento chega,
na realidade, à casa dos 20 %, bem superior aos 13 % em que é oficialmente
fixado através de metodologias que não levam em conta todos os fatores ligados
ou dependentes do pleno funcionamento da PETROBRAS. Para além das divisões
políticas ou do viés ideológico, é preciso salvar a PETROBRAS . Sergipe não
deve ausentar-se dessa luta.
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