sábado, 7 de março de 2015

A PETROBRÁS DE ONTEM E DE HOJE

 A PETROBRÁS DE ONTEM E DE HOJE
Não é de hoje que  se cometem  erros  e ocorrem  avanços sobre o patrimônio da nossa petroleira estatal. Isso, todavia,  não justifica nem ameniza culpas dos que participaram, permitiram ou não souberam evitar o mega-assalto que ameaça levar ao nocaute a empresa que por tanto tempo foi símbolo orgulhoso do próprio país.
Corriam os  anos da década dos 60 e a PETROBRÁS multiplicava em Sergipe suas atividades.  Havia sondas até  dentro da cidade de Aracaju,  na praia 13 de Julho, no bairro Suiça, e muitas outras ao longo da estrada do Mosqueiro . Um dia um petroleiro  convida um amigo   ex-colega da faculdade de economia e que  era jornalista, a acompanhá-lo numa visita a 2 poços perfurados no Mosqueiro.  Começou a visita por um dos poços que estivera a cargo de uma empresa romena contratada pela Petrobrás. Em torno da  tubulação tamponada não havia um só resto de material, nem mesmo um parafuso, tudo fora cuidadosamente retirado. Depois,  chegou-se até o poço perfurado pela Petrobras, e o petroleiro defensor intransigente da empresa, dizia, entre revoltado e triste:  ¨Veja  aqui quanto desperdício, quanto material abandonado, mas isso vai ser vendido como ferro velho e o dinheiro não irá para os cofres da Petrobras.¨ Uns 10 anos depois, em plena era do autoritarismo o jornalista que presenciou o desperdício, ou simplesmente roubo, recebia, na redação de um jornal o telex enviado pelo energúmeno setor de censura, instalado no Ministério da Justiça,   assim escrito: ¨De ordem superior fica terminantemente proibido reproduzir falsas noticias veiculadas no estrangeiro por grupos subversivos, sobre depósitos que estariam sendo efetuados no Principado de Liechtenstein em contas secretas de dirigentes da Petrobrás ¨
Como se vê a rolha imposta aos meios de comunicação impedia que se soubesse da roubalheira,  e dessa forma a protegia.
 Isso hoje não mais existe. Ponto em favor da democracia. Por   isso, são processados os Cerverós, os Paulos, os Youssefs, os  executivos de poderosas empreiteiras, e logo sairão os nomes dos políticos que comandaram ou integraram a arrojada quadrilha . Tudo,  farta ou até escandalosamente noticiado pela mídia.  

Enquanto isso,  a Petrobras definha, e é preciso salvá-la. Sergipe, por exemplo, tem a sua economia atrelada à atuação da estatal do petróleo, e esse atrelamento chega, na realidade, à casa dos 20 %, bem superior aos 13 % em que é oficialmente fixado através de metodologias que não levam em conta todos os fatores ligados ou dependentes do pleno funcionamento da PETROBRAS. Para além das divisões políticas ou do viés ideológico, é preciso salvar a PETROBRAS . Sergipe não deve ausentar-se dessa luta.  

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