A DIFÍCIL TAREFA DE
LUCIANO
O deputado Luciano
Bispo que se tornará presidente da Assembléia é político extremamente hábil.
Bem relacionado e benquisto, ele transita com desenvoltura por todos os
gabinetes onde se abrigam os seus pares e as lideranças políticas em geral.
Assume a presidência da Assembléia e recebe nas mãos uma batata quentíssima que
poderá queimar todo o Poder, quase desfazê-lo ou destroça-lo, tudo dependendo
do encaminhamento que tomar o inquérito conduzido pelo Ministério Público
Federal que revelou inimagináveis absurdos na manipulação de recursos das
malfadadas subvenções. Ao lado dos problemas gravíssimos que terá de enfrentar
aquela em má hora feita Conselheira, a ex-deputada e presidente Angélica
Guimarães, Luciano, que a substitui, disso nada terá a ver, mas, irá se
deparar com um Legislativo onde todos os deputados reeleitos estão com as
cabeças quase sobre o cepo, suceptíveis a uma degola coletiva. É algo
inusitado, um fato jamais acontecido na Assembléia Legislativa de Sergipe,
mesmo nos tempos autoritários do regime militar. Caberá a Luciano a tarefa que
é essencialmente política, de buscar a sobrevida para um poder
combalido, todavia essencial para a democracia sergipana, e sobretudo para a
governabilidade, num ano que se prevê, recheado de dificuldades. Claro, Luciano
não tentará buscar a impunidade, mas é seu papel agir institucionalmente para
preservar o Poder que comandará. E isso só poderá ser feito através de um
diálogo de alto nível, que leve em conta a supremacia do voto popular e a
preservação das indispensáveis prerrogativas do Ministério Público agora com o
envolvimento tanto do Federal como do estadual. Em primeiro lugar, Luciano terá
de conseguir um consenso, para que, imediatamente, seja extinta a maléfica e
desencaminhada ¨prerrogativa ¨ que têm os deputados, no caso da distribuição de
dinheiro através das subvenções que recebem, agora na casa de um portentoso um
milhão e meio de reais para cada um. Num período de vacas magras os deputados
se desfariam dessa gorda benesse que, até agora, se lhes deu alguma vantagem,
certamente não compensaria os dissabores que atravessam. No mais, seria
devolver o que foi ilícita ou equivocadamente utilizado, e corrigir alguns
outros absurdos, como a contratação excessiva de pessoal, o gasto exagerado com
combustíveis, o privilégio milionário concedido à Rede Ilha, e, depois disso,
tentar tocar em frente, aguardando os senhores deputados o julgamento que deles
será feito nas próximas eleições de 1018. Numa eleição que se espera, esteja
livre dos vícios e dos convites quase irrecusáveis que são feitos para o uso de
recursos públicos diante do assédio insaciável de chefes políticos e também dos
próprios eleitores.
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