O QUE PODERIA SER FEITO NA ASSEMBLEIA
Situação inédita, inusitada essa,
quando a maioria dos deputados estaduais sergipanos se encontra na expectativa
de decisões que poderão lhes render até a perda do mandato e dos
direitos políticos. Para um político mais do que a morte civil, isso seria uma
sepultura em vida, a descida ao inferno do ostracismo. É improvável que ocorram
as cassações, nem a Ditadura nos 15 anos em que vigoraram os Atos
Institucionais conseguiu punir tantos em Sergipe, mas haverá atribulações, e
enquanto durarem, menos ainda se poderá esperar do Legislativo.
O Ministério Público Federal foi ao
cerne da questão tornando pública a facilidade com que escorria dinheiro pelos
ralos escancarados de um Poder que nos últimos anos trocou a responsabilidade
pública pela submissão a um aventureiro ambicioso e destituído de sentimentos
éticos. Deu no que deu. Mas há remédio.
O ideal seria então uma solução de
compromisso a ser negociada pelo próximo presidente do Legislativo.
Em vez de punições, se faria uma
economia de recursos benéfica aos minguantes cofres estaduais.
Seriam extintas as subvenções, o leit-motiv das atuais desventuras. Só isso
representaria uma economia de 36 milhões de reais. Se avançaria mais
cortando-se gastos com cargos de quem não trabalha, e sendo suspenso o nefando
e imoral contrato de publicidade com a Rede Ilha, mais de cem mil por mês para
um serviço que não é executado, uma afronta de favorecimento ilegal e
discriminatório. Com mais alguns ajustes poder-se-ia chegar, facilmente,
aos 50 milhões de reais este ano, ou seja, a quantia que falta para ser
construído e equipado o Hospital do Câncer. Feito isso os deputados
poderiam, todos, respirar aliviados, sem receio da entrada a qualquer momento
de Procuradores e Policiais Federais em busca de malfeitos na chamada Casa do
Povo, que, ao mesmo tempo, passaria ,de fato, a merecer o nome.
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