sábado, 10 de janeiro de 2015

CACAU AÇAI E CUPUAÇU ONDE SOMEM LARANJAIS



CACAU AÇAI E CUPUAÇU
ONDE SOMEM LARANJAIS
Bernardo Lima é  agrônomo já aposentado  mas,  teima em trabalhar, não se conformando em ficar improdutivo, a não ser no inapelável caso do descanso eterno. E é bom para Sergipe que Bernardo permaneça em atividade. Ele é cheio de boas idéias, criativo, e tem vasta experiência, além de conhecer muito bem os problemas do campo, que  enxerga pela ótica abrangente da agricultura familiar, do agronegócio,  e da necessidade de garanti-los através de uma   equidosa   repartição fundiária. Oriundo de uma família de intelectuais também ligados à terra,  Bernardo é um estudioso, sempre em busca das soluções técnicas e políticas que o nosso setor primário está a merecer.
Há muito tempo  ele analisa o vai e vem da nossa citricultura, antes florescente, agora, quase em extinção.
Bernardo passeia pela história para mostrar  que culturas  economicamente inviáveis foram sendo substituídas por outras. Tomando Boquim  como paradigma,  lembra que naquele município a atividade principal,  desde o século 18 era a agroindústria açucareira,   primitiva ,  representada por pequenos   engenhos que foram apagando o fogo. Familias  tradicionais ligadas   como os Fonsecas, Fontes e Fernandes  mudaram de atividade, enquanto chegavam famílias  atraídas pela fama das boas terras boquinhenses, vindas  de Frei Paulo e  Carira para iniciar a cultura do algodão. Eram os Soares, os Maias, os Barretos. O verde dos canaviais deu lugar aos campos  do algodão branquinho . O algodão  entrou em crise, e a laranja que era cultivada nos quintais em pequena escala, começou a ser plantada intensivamente.  Lembra Bernardo que o seu pai, o agrônomo , intelectual, e  produtor rural Urbano Lima, causou admiração quando plantou laranja num campo medindo dez tarefas. Começava  o ciclo da citricultura que foi promissor e criou  muitas fortunas, tendo sido, durante uns 40 anos, a atividade rural que mais gerava empregos em Sergipe.
 A crise da laranja  se arrasta, e os citricultores  buscam alternativas mais promissoras. E é ai que Bernardo entra, para sugerir e demonstrar que o mais adequado sucedâneo para a laranja é o cacau. Em Arauá, sua terra, Bernardo enumera  experiências bem sucedidas com o plantio de cacaueiros que já entram em produção, e são recordistas em produtividade, sinalizando  para a troca lucrativa da laranja  pelo cacau. Bernardo sugere um mix formado pelo cacau, junto com o cupuaçu e o açaí.
Além da região centro sul, o cacau e seus acompanhantes poderiam se estender até o baixo São Francisco onde a rizicultura  emperrada   poderia ser exitosamente substituída.
O  chocolate , começa a cair no gosto de chineses e indianos, e  só esse fato assegura um mercado consumidor   que crescerá por muito tempo.

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