O SALÁRIO QUE ATRASA AS PROVIDENCIAS QUE VIRÃO
O SALÁRIO QUE ATRASA
AS
PROVIDENCIAS QUE VIRÃO
Ninguém
nem lembra mais do tempo em que salários dos servidores públicos de Sergipe
atrasaram. Por isso, houve enorme surpresa e mesmo decepção, quando o governo anunciou que faria no dia 30,
o pagamento de todo o pessoal da educação e, no dia 31, pagaria os salários de
todos até o valor de 1 500 reais. O restante
para os que percebem além disso
será depositado nas contas até o próximo dia 11. Dessa forma a grande maioria dos servidores recebeu
integralmente seus salários dentro do
mês, como sempre aconteceu. Dito isso, aflora a imensa defasagem que existe
entre os maiores e os menores salários, e essa situação não é exclusividade sergipana.
Uma melhoria dessa lamentável realidade
somente
se poderá esperar a longo prazo, e a intenção de fazer isso teria sido revelada com a entrada em vigor do Plano de Cargos e
Salários, o primeiro já feito em Sergipe, e que, aos trancos e barrancos, terá de ser implementado. Mas as perspectivas não são auspiciosas, muito pelo contrário.
A
embolorada estrutura administrativa de
Sergipe está a exigir a realização de profundas reformas, e mudar o que está
estabelecido nunca foi fácil. Talvez, prevendo os problemas que terá pela
frente, o governador Jackson Barreto já disse antecipadamente que não será candidato,
e dará por encerrada aos 74 anos a sua
participação na vida pública.
Será uma ¨ tarefa para o super- homem ¨ vencer
resistências corporativas contando com
uma maioria parlamentar que entenda a necessidade de serem implementadas as
mudanças indispensáveis , que se tornam ao mesmo tempo, urgentes, quase inadiáveis. Tudo começará com
os inevitáveis cortes nas despesas, incluindo a diminuição da estrutura do
estado, coisa aliás que gera irrelevante
economia, mas que servirá como demonstração mais compreensível pela
opinião pública de que existe, de fato,
a preocupação com os gastos.
Na
essência do problema está o buraco destapado da previdência estadual, e essa
constatação implica no reconhecimento de
que sem alterar as regras das aposentadorias, as medidas que forem adotadas
serão apenas paliativas. O estado terá de se desfazer de ativos para ganhar
gorduras que escondam um pouco a imagem agora esquelética das finanças, e
isso adiará o colapso hoje claramente
previsível. Quais serão esses ativos, somente o governador Jackson Barreto
poderá avaliar o peso das decisões, a
viabilidade para fazê-las, e o custo
político que inicialmente terá de ser pago. Numa sociedade onde as pessoas vivem mais e envelhecem inativas, a previdência social terá de adaptar-se à nova
realidade, ou não escapará da insolvência.
Enfim, Jackson irá atravessar o seu mandato
dedicando-se a desatar o nó que, se for
mantido intocado, condenará o estado a
uma eterna penúria, agravada agora ao extremo com a queda dos repasses originários do governo federal.
Resumindo:
Jackson terá de munir-se logo de uma afiadíssima faca e começar este ano,
agora, a descascar inimagináveis abacaxis. E precisa fazer isso sem perder o otimismo, e
mais ainda, espalhando otimismo para
atrair investimentos e manter o ânimo
dos que investem, dos que trabalham.
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