segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O SALÁRIO QUE ATRASA AS PROVIDENCIAS QUE VIRÃO



 O SALÁRIO QUE ATRASA AS
PROVIDENCIAS QUE VIRÃO

Ninguém nem lembra mais do tempo em que salários dos servidores públicos de Sergipe atrasaram.  Por isso, houve  enorme surpresa e  mesmo  decepção,  quando o governo anunciou que faria no dia 30, o pagamento de todo o pessoal da educação e, no dia 31, pagaria os salários de todos até o valor de 1 500 reais. O restante  para os  que percebem além disso será depositado nas contas até o próximo dia 11. Dessa  forma a grande maioria dos servidores recebeu integralmente seus salários  dentro do mês, como sempre aconteceu. Dito isso, aflora a imensa defasagem que existe entre os maiores e os menores salários,  e essa situação não  é exclusividade sergipana.

 Uma melhoria dessa lamentável realidade somente

 se poderá esperar a longo prazo, e  a intenção de fazer isso teria sido revelada  com a entrada em vigor do Plano de Cargos e Salários, o primeiro já feito em Sergipe, e que, aos trancos e barrancos,  terá de ser implementado. Mas  as perspectivas não  são auspiciosas, muito pelo contrário.

A embolorada  estrutura administrativa de Sergipe está a exigir a realização de profundas reformas, e mudar o que está estabelecido nunca foi fácil. Talvez, prevendo os problemas que terá pela frente, o governador Jackson Barreto já disse antecipadamente que não será candidato, e  dará por encerrada aos 74 anos a sua participação na vida pública.

Será  uma ¨ tarefa para o super- homem ¨ vencer resistências corporativas  contando com uma maioria parlamentar que entenda a necessidade de serem implementadas as mudanças indispensáveis , que se tornam ao mesmo tempo,  urgentes, quase inadiáveis. Tudo começará com os inevitáveis cortes nas despesas, incluindo a diminuição da estrutura do estado, coisa aliás  que gera irrelevante economia, mas que servirá como demonstração mais compreensível pela opinião  pública de que existe, de fato, a preocupação com os gastos.

Na essência do problema está o buraco destapado da previdência estadual, e essa constatação implica no reconhecimento  de que sem alterar as regras das aposentadorias, as medidas que forem adotadas serão apenas paliativas. O estado terá de se desfazer de ativos para ganhar gorduras que escondam um pouco a imagem agora esquelética das finanças, e isso  adiará o colapso hoje claramente previsível. Quais serão esses ativos, somente o governador Jackson Barreto poderá avaliar  o peso das decisões, a viabilidade  para fazê-las, e o custo político que inicialmente terá de ser pago. Numa sociedade onde as pessoas  vivem  mais e envelhecem inativas,  a previdência social terá de adaptar-se à nova realidade, ou não escapará da insolvência.

 Enfim, Jackson irá atravessar o seu mandato dedicando-se a  desatar o nó que, se for mantido  intocado, condenará o estado a uma eterna penúria, agravada agora ao extremo com a queda dos  repasses originários do governo federal.

Resumindo: Jackson terá de munir-se logo de uma afiadíssima faca e começar este ano, agora, a descascar inimagináveis abacaxis.  E precisa fazer isso sem perder o otimismo, e mais ainda, espalhando otimismo  para atrair investimentos e manter o ânimo  dos que investem, dos que trabalham.

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