O POVO TANGEU OS AMORINS
Para quem já se intitulava
conquistador de Sergipe a derrota deve ter um gosto azedo, bem mais do que
amargo. Que aprenda o irmão arrogante, inchado de empáfia, que aprenda o irmão,
político pré-fabricado e candidato vazio, a lição que lhes deu o povo
sergipano. Dos setenta e cinco municípios
do estado,em sessenta e sete eles foram derrotados. Pensaram que iriam
tanger o povo como se o povo fosse uma irracional boiada, e o povo os tangeu.
Edivan Amorim o autodenominado
líder de onze partidos, envolvente
mistificador, gabava-se de ter formado em Sergipe a maior aliança de
lideranças políticas e empresariais. Fez
o clubinho dos ricos, também montou para ele, faz tempo, uma rede de
emissoras que não param de se multiplicar, ajudadas, todas elas, pelas benemerências
fartamente distribuídas através da aliada presidente do Legislativo,
deputada Angélica Guimarães. Depois de
comandar a sabotagem aos projetos de financiamentos externos essenciais para
Sergipe, Angélica, como retribuição pelos serviços prestados aos dois irmãos
ganhou o disputadíssimo cargo, tão aviltado agora, de Conselheira do Tribunal
de Contas . A cartada final de
Edivan foi a cooptação dos proprietários
das duas principais emissoras de televisão do estado, a TV-Sergipe, e a
TV-Atalaia, e mais uma TV a cabo de
reduzida audiência, e ainda, um dos quatro principais jornais de Aracaju e mais
uma emissora para juntar à sua rede. Com isso, ele imaginou ter sob controle veículos de comunicação atrelados ao
seu ambicioso projeto, supondo que assim a opinião pública seria conquistada
depois de submetida a uma lavagem cerebral, ao bombardeio de informações e
escamoteação da realidade. Isso não aconteceu como truculentamente imaginou, mas, até o adiamento das pesquisas de voto desfavoráveis ele chegou a conseguir. Aos
jornais que lhe pareceram hostis o destrambelado Edivan chegou a classificá-los
como vendidos ao governo, e os nominou: Jornal do Dia, Jornal da Cidade e
Cinform.
Edivan sem dúvidas é habilidoso, mas lhe falta um mínimo de estofo intelectual
para compreender o processo político que
flui independente dos conchavos e da troca de favores, por isso, não consegue
aferir os sentimentos das diversas camadas da população e comete o erro
primário de imaginar que, conquistando as elites, amordaçando os veículos de
comunicação, teria aos seus pés a imensa maioria dos eleitores sergipanos
anestesiados pela desinformação e até
pelo discurso incivilizado e grosseiro que ele próprio adotou em determinado
momento da campanha, quando o desespero já lhe subia à cabeça.
Imaginou que o achincalhe lhe
renderia votos ou estagnaria a perda, e ai ampliou o desastre.
Além de tudo, o candidato
apresentado como portador da grande mensagem de renovação revelou-se tão
somente tosco, anódino, repetitivo e insosso, e o projeto salvacionista para Sergipe limitou-se ao
ataque diário contra o governo, centrando a artilharia nos dois setores críticos
que, todos sabem, não andam bem: a saúde
e a segurança, sem, contudo, ir além das promessas vazias de que iria melhorar
tudo.
Por outro lado, subestimaram a capacidade de Jackson para respaldar-se na sua história
política, para comandar o governo e liderar a campanha e quando já era tarde
sentiram que tinham pela frente um adversário fortíssimo. Para derrotá-lo, eles precisariam de um
engenho e arte que absolutamente não possuíam. O marketing dos Amorins foi
péssimo, em alguns episódios até clamorosamente desinteligente, enquanto, do outro lado, mais uma vez
revelava-se a espertisse de Carlos Cauê, que soube, com maestria, por em relevo
as qualidades do candidato. Também, coitados dos marqueteiros dos Amorins, eles
tinham que buscar uma impossível maquilagem
para o mumificado candidato, e ainda descobrir anticorpos capazes de conter a
contaminação causada pela imagem do irmão, líder e
autor do premeditado golpe que se disfarçava num ¨projeto político ¨.
Nenhum comentário:
Postar um comentário