O EMBATE AÉCIO x DILMA
Não vamos satanizar Aécio Neves
nem reduzir o polarizado embate
político, a um confronto maniqueísta entre o bem e o mal.No campo político não
há ingenuidade, inocência, e muito menos pureza. A política não é atividade
para anjos nem querubins. Não sendo angélica a política não deve ser o
exercício mafioso da utilização do poder em beneficio de grupos que se confundem
com quadrilhas. Algo assim, exatamente, como o que ocorreu na Petrobrás e está
sendo agora eleitoralmente utilizado para desmontar a candidatura de Dilma à
reeleição. Se não satanizamos Aécio, não há porque satanizar Dilma, embora ela
seja a Presidente da República, e no decorrer do seu mandato tenha acontecido
uma parte dos episódios agora revelados por um descarado assaltante que se
transforma em delator privilegiado e ouvido como se fosse um confiável oráculo.
A
roubalheira na Petrobrás seria mais um episódio gerado pela corja
comandada por Zé Dirceu que aviltou ainda mais a política e manchou, quase sem
recurso a detergentes, a imagem de um partido até então visto como aquele que
estaria menos distante de um certo comportamento ético que a política deve
preservar.
Sem satanizarmos Dilma nem Aécio
e assim evitando que qualquer um deles possa ser a encarnação do bem ou do mal, surge a evidente constatação de
que o ex-governador de Minas não é exatamente o político que possa sair à frente de uma cruzada
moralista. Movimentos desse tipo no
Brasil, como revela a nossa História são sazonais, perecíveis, e
invariavelmente eleitoreiros. Aparecem às vésperas de eleições e pouco duram depois que as urnas são apuradas.
Aécio eleito presidente não
escapará das teias complicadas de uma estrutura política que torna inevitável o
contágio do dinheiro. Ele se tornará refém, como todos os presidentes que se viram vítimas ou protagonistas desse sistema, que agora Dilma denuncia, e já
o havia denunciado, quando em 2013 propôs a rejeitada tese da Constituinte
exclusiva para fazer as mudanças que são imperiosas e imprescindíveis. Dilma,
no meio desse lodaçal, parece que não atolou os pés, o mesmo não se poderá
dizer de Aécio no decorrer dos seus dois mandatos de governador das Minas
Gerais. Os mineiros agora o rejeitaram e fica a grande dúvida se quem falhou
assim tão visivelmente em Minas seria o nome certo para corrigir o Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário