SERGIPESÃO
PAULO E
OS
EFEITOS DAS SECAS
Em São
Pauloestado mais rico do país uma estiagem longa, bem menos grave do que as
secas que aqui no nordeste ocorrem,
quase secou os reservatórios, e tanto a capital como várias cidades do
interior ficarão sem água se não chover
até novembro.
Imprevidência
? Efeito de causas imprevisíveis ?
Vários questionamentos podem ser feitos.
Em Sergipe acabamos de sair daestiagem, que,
asseguram, foi a pior dos últimos 30
anos.
Mas em
Aracaju está sobrando água. A DESOpara fazer economia deixa de bombear a água do rio São Francisco
pela adutora que foi duplicada nos últimos 6
anos, e utiliza, para abastecer a
Grande Aracaju, o líquido retirado da enorme barragem do rio Poxim, em São
Cristovão. Éobra portentosa, que já funciona há meses, resultado de uma
parceria entre os governos federal e
o de Sergipe. Há um projeto para
transformar o lago imenso numa área de proteção ambiental, enela ser instalada
uma Escola Ecológica, enquanto isso, o
presidente da DESO, engenheiro Ferrari, conclui o processo de arborização da
área e recomposição da mata nativa com mudas fornecidas gratuitamente pelo
Instituto Vida Ativa.
Aracaju é
hoje a cidade do nordeste com maior segurança hídrica. Enquanto indústrias
fogem de São Paulo pela escassezde água, Sergipe poderá ser o destino de
algumas delas. Aqui, onde certamente não
houve imprevidência, um sistema eficiente de abastecimento funciona .
Em 1972,
Paulo Barreto, um engenheiroque governava com eficiência e honradez Sergipe,
sem nunca ter imaginado ser governador, enfrentava os rigores de uma seca que deixou quase esgotado o sistema da Cabrita,
único existente. Preocupado,
contratou um avião que era empregado pela SUDENE para um processo que se
poderia denominar¨emprenhamento ¨ de nuvens. A aeronave lançava um produto
químico sobre formações de nuvens,de preferência cumulus- nimbus, e elas logo
se desfaziam em chuva. O problema é que
não se sabia exatamente onde a água iria cair . Depois de muitas tentativas,
nada de chover sobre a bacia do Poxim. O avião afastava-se cada vez mais,
procurando nuvens sobre o oceano, mas as chuvas, quando caiam, eram poucas e
distantes. Hoje São Paulo está repetindo
a velha e ineficiente tentativa, usandoum avião
moderno, dotado de aspersores e utilizando-se de dados confiáveis sobre
a direção dos ventos e o deslocamento das nuvens. Mas ainda não
houveresultados.
Nas
longas estiagens chegavama Aracaju vindas do sertão, hordas de infelizes, os
¨flagelados¨. Não havia albergues suficientes e eles ficavampelas
calçadas esmolando.
Aseca de
agora foi longa, mas não ficamos sem
água e não se viu um só ¨flagelado ¨ nas
ruas de Aracaju. Por que isso não aconteceu ? É o que explicaremos no próximo
domingo.
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