sábado, 23 de agosto de 2014

SERGIPESÃO PAULO E OS EFEITOS DAS SECAS



SERGIPESÃO PAULO E
OS EFEITOS DAS SECAS
Em São Pauloestado mais rico do país uma estiagem longa, bem menos grave do que as secas que aqui no nordeste ocorrem,  quase secou os   reservatórios, e  tanto a capital como várias cidades do interior ficarão  sem água se não chover até novembro.
Imprevidência ?  Efeito de causas imprevisíveis ?
 Vários questionamentos podem ser feitos.
 Em Sergipe acabamos de sair daestiagem, que, asseguram,  foi a pior dos últimos 30 anos.
Mas em Aracaju está sobrando água. A DESOpara fazer economia  deixa de bombear a água do rio São Francisco pela adutora que foi duplicada nos últimos 6  anos, e utiliza,  para abastecer a Grande Aracaju, o líquido retirado da enorme barragem do rio Poxim, em São Cristovão. Éobra portentosa, que já funciona há meses, resultado de uma parceria entre os governos  federal e o  de Sergipe. Há um projeto para transformar o lago imenso numa área de proteção ambiental, enela ser instalada uma Escola Ecológica, enquanto  isso, o presidente da DESO, engenheiro Ferrari, conclui o processo de arborização da área e recomposição da mata nativa com mudas fornecidas gratuitamente pelo Instituto Vida Ativa.
Aracaju é hoje a cidade do nordeste com maior segurança hídrica. Enquanto indústrias fogem de São Paulo pela escassezde água, Sergipe poderá ser o destino de algumas delas.  Aqui, onde certamente não houve imprevidência, um sistema eficiente de abastecimento funciona .
Em 1972, Paulo Barreto, um engenheiroque governava com eficiência e honradez Sergipe, sem nunca ter imaginado ser governador, enfrentava os rigores de uma seca  que deixou quase esgotado o sistema  da Cabrita,  único existente.  Preocupado, contratou um avião que era empregado pela SUDENE para um processo que se poderia denominar¨emprenhamento ¨ de nuvens. A aeronave lançava um produto químico sobre formações de nuvens,de preferência cumulus- nimbus, e elas logo se  desfaziam em chuva. O problema é que não se sabia exatamente onde a água iria cair . Depois de muitas tentativas, nada de chover sobre a bacia do Poxim. O avião afastava-se cada vez mais, procurando nuvens sobre o oceano, mas as chuvas, quando caiam, eram poucas e distantes.  Hoje São Paulo está repetindo a velha e ineficiente tentativa, usandoum avião  moderno, dotado de aspersores e utilizando-se de dados confiáveis sobre a direção dos ventos e o deslocamento das nuvens. Mas ainda não houveresultados.
Nas longas estiagens chegavama Aracaju vindas do sertão,  hordas de infelizes,    os   ¨flagelados¨. Não havia albergues suficientes e eles ficavampelas calçadas  esmolando.
Aseca de agora foi longa, mas  não ficamos sem água  e não se viu um só ¨flagelado ¨ nas ruas de Aracaju. Por que isso não aconteceu ? É o que explicaremos no próximo domingo.

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