sábado, 30 de agosto de 2014

ESCOLA UM LUGAR PERIGOSO



ESCOLA UM LUGAR PERIGOSO
Está gravemente ferido, lutando pela vida num hospital,  o professor que numa escola aracajuana foi  atingido pelos  tiros disparados por um aluno . O criminoso adolescente confessou depois,  que, não satisfeito com a nota que lhe dera o professor   decidiu matá-lo.  O Brasil, sabe-se agora através de um relatório da OCDE ( Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)   é o país  que ocupa a triste condição de ter as escolas mais violentas.
Já houve tempo entre nós em que o professor era uma figura respeitada, quase reverenciada. Esse tempo não está historicamente distante, aqueles, com mais de 60 anos lembram-se dele, porque sabem como funcionavam as escolas, o sentido de ordem e disciplina que nelas existia, um culto a valores, que, poderão dizer alguns, é um sentimento ultrapassado. Mas não eram apenas valores morais, que sem duvidas mudam, se adaptam à evolução social, os valores aos quais nos referimos são valores humanos, e esses nunca se tornam velhos, obsoletos, porque são eles que conferem dignidade à condição humana.
Aracaju era  cidadezinha atrasada, sufocada por preconceitos, pelo falso moralismo, e havia  enorme
exclusão social, mas, nas escolas públicas e particulares  se insistia em inculcar nas cabeças em formação o conceito indispensável de direitos e deveres.
No Atheneu,  acontecia uma permanente agitação cultural,  organizavam-se grêmios, ocorriam embates de idéias. O procurador hoje aposentado,  Iroito Dória Leó criou a Aracadia  Estudantil onde os árcades eram admitidos depois de comprovarem cultura,  saber,  em algum ramo do conhecimento humano.  Por muito tempo publicou-se O Áracade, sacrificadamente mimeografado.   Existia um sentimento de valorização do saber e tudo isso contribuía para a formação de valores. Nas existia  um clima propício à convivência respeitosa entre o alunado e entre alunos e professores.
Talvez esse ambiente fosse um antídoto contra a irresponsabilidade, o desrespeito e a violência.
  É preciso não esquecer  dos tiros que atingiram um professor numa escola publica. Não deixar que o episódio terrível venha a ser  minimizado ou desprezado  .
É preciso que não aceitemos a convivência omissa ou covarde com a violência. As pragas sociais são bem piores do que epidemias como o vírus ebola. Para elas só existe um antídoto, que é a desprezada cultura da paz. Precisamos reconstruí-la.

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