sábado, 9 de agosto de 2014

A QUESTÃO PREFEITURA BANESE



A  QUESTÃO PREFEITURA BANESE

Uma coisa é certa:  João Alves se fosse governador ficaria fulo da vida se algum prefeito  retirasse a conta da prefeitura do BANESE.  Sempre haveria aquele argumento de que o  ¨banco  é um patrimônio dos sergipanos, que o BANESE, um dos três estaduais que restaram, aplica todos os seus recursos em Sergipe ¨. E por aí   se iriam alinhando os argumentos, além de inevitáveis retaliações.  Marcelo Déda foi prefeito de Aracaju por 6  anos, opositor de João Alves,  nunca pensou em  retirar do BANESE as contas da Prefeitura,  embora aliado do governo federal, e  sabendo que seria politicamente  proveitoso levar os recursos da prefeitura para a Caixa,  o  BB ou o BNB. Edvaldo Nogueira  passou quase 6 anos na Prefeitura e teve o mesmo comportamento. Lembre-se, que,    quando Edvaldo substituiu   Déda,  João era   governador e  candidato à reeleição,  concorrendo  contra Déda , que Edvaldo tinha todo interesse em eleger.
Mas  essas são águas passadas, aquelas que não mais movem moinhos.
 O essencial é tratar do problema tal como agora ele se apresenta. Como bem explicou no programa de George Magalhães , o Secretário de Comunicação da PMA,  Carlos Batalha, a lei da portabilidade  permite ao prefeito escolher o banco  onde instalar suas contas, desde que seja estatal, como é o caso. Batalha  disse que a transmigração dos recursos da PMA do BANESE para a Caixa se limitariam às contas do funcionalismo, o que é uma vistosa soma, tanto assim, que para obtê-la, a Caixa pagou à Prefeitura a bela quantia de trinta milhões de reais. Mas o prefeito  poderá  começar a fazer a transferência completa, e isso, sem dúvidas, vai gerar um baita sacolejo na vida até agora tranqüila do BANESE. Essa vidinha mansa, assegurada pelos recursos públicos,   pode ter feito sumir aquela centelha de dinamismo vital a qualquer empresa  que quiser  livrar-se da lassidão acomodatícia.
Desde  que João tornou-se prefeito    mostrou-se insatisfeito com os serviços prestados pelo BANESE. Essa situação exigiria uma ágil  movimentação da então presidente , o pedido urgente de uma audiência com o prefeito, a abertura do diálogo e uma tentativa de desfazer as insatisfações . O que se sabe é que nada disso aconteceu,  e quando começaram  a despertar  já era tarde demais. É a tal tranqüilidade de quem dorme em berço esplêndido,   naquele clima morno de um caixa abastecido sempre por depósitos presumivelmente cativos.
 O governador  Jackson Barreto  mudou a diretoria, e exigiu uma injeção rápida de dinamismo para a ampliação dos investimentos,  captação de recursos,  um programa de fortalecimento do crédito popular,   mais atenção  e melhor tratamento aos clientes,   também,  uma  redução nos juros cobrados pelos empréstimos consignados.  Quando já se nota uma visível mudança nas ações do BANESE, acontece essa inopinada redução nos recursos que o banco tinha disponíveis.
O novo presidente do BANESE, Fernando Motta, é um executivo experiente, ágil, e que não se enclausura nos gabinetes, tem  excelente transito entre os empresários. Edson Caetano, egresso do BNB,  revela perfeita visão desenvolvimentista . Hércules Silva  Daltro e Maria Avilete Ramalho, são os outros diretores sintonizados com o propósito de renovar e dinamizar o BANESE.  Quando se iniciava a nova caminhada surge esse tombo, que certamente vai exigir do banco muita criatividade, inovação,  paparicos ao cliente, um intenso trabalho de marketing,  um corpo a corpo com o empresariado para atrair e ampliar contas.  Num primeiro momento os acionistas verão diminuídos seus dividendos, o volume dos empréstimos  será afetado,  e os  banesianos que se mostram tão preocupados,  poderão não alcançar as expectativas que alimentam em termos de reajustes salariais.
Mas para o BANESE certamente não será o fim do mundo, e o  diretor – presidente Fernando Motta também não desiste de dialogar com  João,  procurando eliminar possíveis  arestas,  acreditando que a atitude do prefeito se resumirá à retirada da conta salário,  porque já fez contrato com a Caixa, mas, deixando que as outras contas,  permaneçam no BANESE. Se os sergipanos efetivamente sentem que o BANESE é mesmo um patrimônio do estado a ser preservado, este seria então o melhor momento para que se faça uma corrida ao banco, fazendo o que for possível: pequenas poupanças, abertura de contas, utilização do BANESECARD,  enfim , demonstrando que  a sergipanidade  é  sentimento  que de fato existe. Os próprios servidores da prefeitura poderiam contribuir fortemente, recebendo na Caixa e mantendo suas contas no BANESE. Isso,  sem nenhum sentimento de hostilidade à  Caixa que é um banco com intensa atuação social,   mas,  por  ser tão grande, nem precisaria  ter essa gana de avançar  esfaimado sobre o nosso modestíssimo BANESE.

Nenhum comentário:

Postar um comentário