A
QUESTÃO PREFEITURA BANESE
Uma coisa é certa: João Alves se fosse governador ficaria fulo da
vida se algum prefeito retirasse a conta
da prefeitura do BANESE. Sempre haveria
aquele argumento de que o ¨banco é um patrimônio dos sergipanos, que o BANESE,
um dos três estaduais que restaram, aplica todos os seus recursos em Sergipe ¨.
E por aí se iriam alinhando os
argumentos, além de inevitáveis retaliações.
Marcelo Déda foi prefeito de Aracaju por 6 anos, opositor de João Alves, nunca pensou em retirar do BANESE as contas da Prefeitura, embora aliado do governo federal, e sabendo que seria politicamente proveitoso levar os recursos da prefeitura
para a Caixa, o BB ou o BNB. Edvaldo Nogueira passou quase 6 anos na Prefeitura e teve o
mesmo comportamento. Lembre-se, que, quando Edvaldo substituiu Déda, João era
governador e candidato à
reeleição, concorrendo contra Déda , que Edvaldo tinha todo interesse
em eleger.
Mas essas são águas passadas, aquelas que não
mais movem moinhos.
O essencial é tratar do problema tal como
agora ele se apresenta. Como bem explicou no programa de George Magalhães , o
Secretário de Comunicação da PMA, Carlos
Batalha, a lei da portabilidade permite
ao prefeito escolher o banco onde
instalar suas contas, desde que seja estatal, como é o caso. Batalha disse que a transmigração dos recursos da PMA
do BANESE para a Caixa se limitariam às contas do funcionalismo, o que é uma
vistosa soma, tanto assim, que para obtê-la, a Caixa pagou à Prefeitura a bela
quantia de trinta milhões de reais. Mas o prefeito poderá começar a fazer a transferência completa, e
isso, sem dúvidas, vai gerar um baita sacolejo na vida até agora tranqüila do
BANESE. Essa vidinha mansa, assegurada pelos recursos públicos, pode
ter feito sumir aquela centelha de dinamismo vital a qualquer empresa que quiser livrar-se da lassidão acomodatícia.
Desde que João tornou-se prefeito mostrou-se insatisfeito com os serviços
prestados pelo BANESE. Essa situação exigiria uma ágil movimentação da então presidente , o pedido
urgente de uma audiência com o prefeito, a abertura do diálogo e uma tentativa
de desfazer as insatisfações . O que se sabe é que nada disso aconteceu, e quando começaram a despertar já era tarde demais. É a tal tranqüilidade de
quem dorme em berço esplêndido, naquele
clima morno de um caixa abastecido sempre por depósitos presumivelmente
cativos.
O governador
Jackson Barreto mudou a
diretoria, e exigiu uma injeção rápida de dinamismo para a ampliação dos
investimentos, captação de recursos, um programa de fortalecimento do crédito
popular, mais atenção e melhor tratamento aos clientes, também, uma
redução nos juros cobrados pelos empréstimos consignados. Quando já se nota uma visível mudança nas
ações do BANESE, acontece essa inopinada redução nos recursos que o banco tinha
disponíveis.
O novo presidente do BANESE,
Fernando Motta, é um executivo experiente, ágil, e que não se enclausura nos
gabinetes, tem excelente transito entre
os empresários. Edson Caetano, egresso do BNB,
revela perfeita visão desenvolvimentista . Hércules Silva Daltro e Maria Avilete Ramalho, são os outros
diretores sintonizados com o propósito de renovar e dinamizar o BANESE. Quando se iniciava a nova caminhada surge esse
tombo, que certamente vai exigir do banco muita criatividade, inovação, paparicos ao cliente, um intenso trabalho de
marketing, um corpo a corpo com o
empresariado para atrair e ampliar contas. Num primeiro momento os acionistas verão
diminuídos seus dividendos, o volume dos empréstimos será afetado, e os
banesianos que se mostram tão preocupados, poderão não alcançar as expectativas que
alimentam em termos de reajustes salariais.
Mas para o BANESE certamente não
será o fim do mundo, e o diretor –
presidente Fernando Motta também não desiste de dialogar com João, procurando eliminar possíveis arestas, acreditando que a atitude do prefeito se
resumirá à retirada da conta salário,
porque já fez contrato com a Caixa, mas, deixando que as outras contas, permaneçam no BANESE. Se os sergipanos
efetivamente sentem que o BANESE é mesmo um patrimônio do estado a ser
preservado, este seria então o melhor momento para que se faça uma corrida ao
banco, fazendo o que for possível: pequenas poupanças, abertura de contas,
utilização do BANESECARD, enfim ,
demonstrando que a sergipanidade é sentimento
que de fato existe. Os próprios servidores da prefeitura poderiam
contribuir fortemente, recebendo na Caixa e mantendo suas contas no BANESE.
Isso, sem nenhum sentimento de
hostilidade à Caixa que é um banco com
intensa atuação social, mas, por
ser tão grande, nem precisaria
ter essa gana de avançar
esfaimado sobre o nosso modestíssimo BANESE.
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