sábado, 12 de julho de 2014

UMA ESMOLINHA PELO AMOR DE DEUS

UMA ESMOLINHA PELO AMOR DE DEUS
Que o negociante Edivan Amorim é  homem ousadíssimo ninguém em Sergipe duvida. Tantas são as proezas empresariais por ele cometidas, tantas são as arriscadíssimas manobras nas quais se envolve, as mágicas realizadas para fazer sumir  caminhões e carretas sem deixar rastro.  É dele um projeto político  que  se intitula ¨salvação  de Sergipe¨ no qual conseguiu envolver 16 partidos dos quais se diz presidente de honra, e a  mais recente das suas investidas: o racha de famílias sergipanas, que sempre se caracterizaram pela solidariedade e identidade de propósitos dos seus integrantes.
De tanto conseguir sucessos, o negociante Edivan Amorim cometeu agora um desatino. Tentou registrar a sua candidatura a deputado estadual tendo o peso de várias Condenações judiciais .  E na documentação que entregou à  Justiça Eleitoral revelou o seu absoluto estado de penúria. Escreveu e assinou embaixo que o seu patrimônio seria de 71 mil reais, representado por cotas de participação na sua imensa Rede Ilha, emissoras de rádio que se espalham por todo o estado. Homem experiente, vivido e vivíssimo, ele sabe que quando a fortuna se transforma em penúria, uma grande parte dos amigos desaparece, e quando essas amizades resultam de interesses políticos  e econômicos a debandada é sempre maior. Mas Amorim foi muito corajoso em tornar pública a sua pobreza.
Chegou a hora para que os amigos do negociante agora completamente falido, façam uma  ¨vaquinha ¨solidária e providencial para ajudá—lo a superar  a terrível crise financeira  que está atravessando. Se isso não for feito e com  urgentíssima urgência ,  a bóia salvadora que se lança a um náufrago de nada servirá.Como alguém  nessa situação adversa em que se encontra o negociante Edivan,  vendo o seu patrimônio sumir conseguirá, no final deste mês,  pagar a folha das suas empresas, entre elas as emissoras de rádio que, todavia, recebem  mensalmente mais de cem mil reais da Assembléia Legislativa . Mas, mesmo esse generoso aporte de recursos não cobrirá nem um décimo dos gastos que tem Edivan, agora em estado  falimentar sem poder garantir o suprimento de rações aos vinte e cinco mil bois que tem confinados numa das suas mega fazendas em Minas Gerais. Morrerão de fome os infelizes bovinos. Como ele irá pagar os salários dos seus veterinários, dos seus técnicos, dos seus radialistas, de todos os  seus motoristas, dos seus vaqueiros? Coitados, vítimas  desse súbito empobrecimento do patrão, ficarão sem o pão de cada dia  os seus trabalhadores. E como iria Edivan integralizar aquele um milhão de reais que declarou que iria gastar na sua campanha.?  Com esse patrimônio exíguo como ele irá custear suas semanais viagens a Brasília, São Paulo, Minas Gerais? Ele terá, constrangido, de cancelar seus jantares e almoços em finíssimos restaurantes, onde costuma reunir amigos para falar-lhes sobre seus planos de ¨salvar Sergipe¨, e, ao mesmo tempo, alardear o imenso patrimônio que até bem pouco tempo possuía. O pior de tudo é que Edivan, homem como se sabe tão devotado ao interesse publico, constrangidamente  poderá abandonar o seu projeto de ¨salvar Sergipe ¨ para tratar de  salvar-se a ele próprio. Já imaginaram o prejuízo para Sergipe caso esse defensor do povo, esse homem repleto de amor  aos sergipanos vier agora a arquivar a sua idéia magnânima de ¨salvar Sergipe ¨?
Edivan, coitado, a essa altura já deve ter passado adiante os seus apartamentos, sem poder sequer pagar as contas de luz, água telefones, a gasolina dos seus carros , que já os teria vendido; e nunca mais irá ser visto na ponte –aérea Aracaju- Brasília. Até mesmo porque o irmão senador não poderia socorrer-lhe, dando-lhe passagens pagas pelo Senado, porque isso a lei proíbe, e Edivan, como se sabe, sempre foi um respeitador das  leis, principalmente  tributárias,  trabalhistas,  ambientais, também aquelas que tipificam  crimes contra o patrimônio público.
Como se vê é horrível a situação financeira do outrora magnata Edivan. Evitem os amigos que ele se torne um pedinte, de cuia na mão a implorar: Uma esmolinha pelo amor de Deus.  Que os amigos de Edivan o acudam rápido livrando-o dessa situação desesperadora.

Talvez em conseqüência das agruras que enfrenta é que Edivan estaria ontem, sábado, buscando um consolo,  torcendo ardorosamente pela equipe holandesa. A seleção laranja.

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