domingo, 1 de junho de 2014

A FOTO DE DÉDA NO MUSEU QUE ELE CRIOU



A FOTO DE  DÉDA  NO
MUSEU QUE ELE CRIOU
Deda não imaginaria que tão cedo estivesse o seu retrato  figurando numa das salas principais do Palácio Museu,  resultado da  restauração do velho prédio que ele, governante, artista e intelectual se dedicou a fazer, e que apenas completava 4 anos de inaugurado. Oliveira Junior, amigo, parceiro devotado naquela jornada pela pesquisa afanosa dos detalhes, das obras de arte escondidas sobre camadas que a pátina do tempo ajudava a encobrir,  num discurso de concisão técnica, o seu estilo, e de emoção que se transformava em eloquência , mostrou Déda   envolvido com a obra, resgate histórico,  valorização de um patrimônio cultural do povo sergipano.Déda, revelou Oliveira,ao percorrer as obras descobriu, numa parede da qual se removera a camada de tinta, um painel composto pela figura  da flor de lís. Aquilo lhe intrigou. A flor, símbolo da realeza da França, do absolutismo, decorando um palácio dos tempos da república em Sergipe? Entendeu que a melhor solução seria raspar todo o resto da segunda tinta, e deixar bem visível a decoração com a flor de lís,intrigante paradoxo a ser analisado pelos estudiosos. Foi assim a aventura da transformação de uma quase ruina num luminoso museu, que é  escola e centro de civismo. Jackson Barreto disse que o pintor Bené Santana colocara toda a sua arte na elaboração do retrato,criando aura, harmonia, riso,  face sonhadora, exatamente o que foi  Déda em vida. Eliane Aquino, ao lado, descobria que Déda, no retrato, parecia acompanhar com os olhos aqueles que se deslocavam de um lado para outro para melhor contemplá-lo. O desembargador Edson Ulices, falou em nome da família, agradeceu a Jackson Barreto pela iniciativa, e disse que o politico , o governante e o artista, que foi Déda, não poderia receber mais carinhosa homenagem do  que figurar naquele palácio  que  reverenciava como símbolo da história do povo ao qual ele serviu com inexcedível  dignidade.

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