A FOTO DE DÉDA
NO
MUSEU QUE ELE CRIOU
Deda não imaginaria que tão cedo estivesse
o seu retrato figurando numa das salas principais
do Palácio Museu, resultado da restauração do velho prédio que ele,
governante, artista e intelectual se dedicou a fazer, e que apenas completava 4
anos de inaugurado. Oliveira Junior, amigo, parceiro devotado naquela jornada pela
pesquisa afanosa dos detalhes, das obras de arte escondidas sobre camadas que a
pátina do tempo ajudava a encobrir, num
discurso de concisão técnica, o seu estilo, e de emoção que se transformava em eloquência
, mostrou Déda envolvido com a obra, resgate histórico, valorização de um patrimônio cultural do povo
sergipano.Déda, revelou Oliveira,ao percorrer as obras descobriu, numa parede
da qual se removera a camada de tinta, um painel composto pela figura da flor de lís. Aquilo lhe intrigou. A flor,
símbolo da realeza da França, do absolutismo, decorando um palácio dos tempos
da república em Sergipe? Entendeu que a melhor solução seria raspar todo o resto
da segunda tinta, e deixar bem visível a decoração com a flor de lís,intrigante
paradoxo a ser analisado pelos estudiosos. Foi assim a aventura da
transformação de uma quase ruina num luminoso museu, que é escola e centro de civismo. Jackson Barreto
disse que o pintor Bené Santana colocara toda a sua arte na elaboração do
retrato,criando aura, harmonia, riso, face sonhadora, exatamente o que foi Déda em vida. Eliane Aquino, ao lado, descobria
que Déda, no retrato, parecia acompanhar com os olhos aqueles que se deslocavam
de um lado para outro para melhor contemplá-lo. O desembargador Edson Ulices,
falou em nome da família, agradeceu a Jackson Barreto pela iniciativa, e disse
que o politico , o governante e o artista, que foi Déda, não poderia receber
mais carinhosa homenagem do que figurar
naquele palácio que reverenciava como símbolo da história do povo
ao qual ele serviu com inexcedível
dignidade.
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