QUAIS SÃO
OS INIMIGOS DO POVO ?
O SENADOR AMORIM SERIA UM DÊLES ?
Caracterizar alguém, um grupo, um partido, como inimigo do povo é
atitude arriscada, porque nunca deixa de ser subjetiva. No julgamento que
fazemos há sempre aquele componente de preferencias, de tendências individuais
que nos levam a desequilibrar a balança relevando virtudes e carregando a mão
nos defeitos.
Erram os políticos, erram as religiões, erram as ideologias, quando
assumem uma posição de intolerância em relação ao adversário e passam a
tratá-lo na condição de inimigo irreconciliável. Esse comportamento
maniqueísta, que enxerga de um lado a virtude, a santidade, enquanto no outro
estão defeitos e artes do demônio, algo assim como se fosse a luta do bem contra
o mal, é o mais desastroso caminho rumo à deterioração das relações humanas .
Não há donos exclusivos da verdade, nem bem ou mal que não possam ser
relativizados, quando avaliados diante das circunstancias que os envolvem.
As circunstancias escapam ao controle do individuo, são fatores
externos, condicionamentos históricos, sociais, e deles é impossível escapar
por completo.
Ortega e Gasset, sintetizou tudo na frase perfeita: ¨Eu sou eu e a
minha circunstância ¨.
A política se move em meio às circunstancias e isso explica aquela
fluidez das posições que se modificam, aliados que se tornam adversários. ou ao
contrário. Há quem diga que essas mudanças de comportamento resultam da falta
de vergonha, mas essa é uma afirmação que não leva em conta certos fatores,
onde o essencial seria, pelo menos teoricamente, o interesse publico.
A avaliação dos atos políticos, das atitudes dos políticos, será
incorreta se limitada a episódios circunstanciais, e se tornará mais justa na
medida em que se concentrar na análise criteriosa da relação de sintonia e
compromisso que o cidadão detentor de mandato eletivo deve manter, firme e
inalterada, com o interesse publico sejam quais forem as circunstancias.
Nesses últimos episódios dos quais a Assembleia Legislativa de Sergipe
foi palco, a começar pelo PROINVESTE, chegando ao PROREDES, é facílimo
identificar onde estava antes e onde está agora o interesse publico. Todos
estão vendo hoje, nas obras realizadas, nos empregos gerados, como eram
indispensáveis os recursos do PROINVESTE, e não há sergipano que esteja tão
satisfeito com o sistema público de saúde, a ponto de rejeitar um empréstimo
que servirá para melhorar hospitais, adquirir equipamentos, aparelhar Unidades
de Pronto Atendimento, fortalecer o SAMU.
Depois do engavetamento do PROREDES durante 9 meses, pela ainda
presidente Angélica, ato tão absurdo que mereceu oportuna corrigenda judicial
do desembargador Ricardo Múcio, a votação iniciou-se sob o clima de ameaças ,
de sabotagem explícita, orientada e fiscalizada pelo proprietário de 12 ou 13
partidos, misto de homem de negócios e de negócios políticos. Era preciso
torpedear o projeto, impedir o empréstimo que, na visão egoísta do chefe do
cartel partidário, poderia prejudicar a candidatura do irmão senador ao governo
do estado. Com a saúde ruim o discurso dele serviria para aumentar a
insatisfação dos que estão sendo mal atendidos . Então, o senador Amorim, o
médico Eduardo Amorim, aceita o crime cometido contra o povo sergipano, desde
que ele possa , da doença não curada, da criança não atendida, do câncer sem
merecer tratamento adequado, da morte de tantas pessoas, fazer a sua plataforma
de candidato, e, como espera, tornar-se governador do estado. Isso é fazer
pouco caso da capacidade de discernimento do povo, um erro aliás frequentemente
cometido por políticos sem base social, sem o histórico da participação nas
lutas sociais, que se dedicam, apenas, aos conchavos entre restritos grupos de
interesses. Inviabilizando o PROREDES o senador Amorim vai deixando atrás de
si, por sua culpa exclusiva, um rastro de sofrimento, de dor , de desespero e
de morte. Ele, diferente do seu irmão que não tem mandato, nem qualquer
compromisso com o interesse público, deve esclarecimentos à sociedade . É
hipocrisia, desfaçatez e ofensa à inteligência dos sergipanos, dizer que se
fosse deputado estadual votaria a favor do PROREDES.
Isso é mais do que desfaçatez. É cinismo.
Diante disso, o que resta, senão classificar o senador Amorim, o
médico Eduardo Amorim, como um inimigo do povo ?
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