sábado, 10 de maio de 2014

O MINISTÉRIO PÚBLICO E O NARIZ SENSÍVEL DO BURGUÊS



O MINISTÉRIO PÚBLICO E O
NARIZ SENSÍVEL DO BURGUÊS
Seu Antônio é um lutador pela sobrevivência. Vendia queijo pela cidade. Conseguiu comprar uma camionete, continuou vendendo seus queijos, e nas sextas,das 5 da tarde às 10 da noite instalava-se ao lado da praça Luciano Barreto Junior e vendia churrasquinhos. Colocava cadeiras e mesas em volta, um procedimento adotado em todas as cidades civilizadas do mundo, desde Nova Iorquepassando por Paris, Barcelona, Praga, até Cabul no incivilizado Afeganistão. O local começou a ser frequentado pelas pessoas da área, uma das classificadas como mais nobres da cidade, onde vivem pessoas da alta classe média ou ricas. As famílias, mães e pais com seus filhos,foram se tornando fregueses do churrasquinho do seu Antônio. No local não se vendia bebida alcoolica. Às 22 horas seu Antônio arrumava tudo, limpava, deixava o seu local na praça cuidadosamente asseado. Do outro lado da rua ha um burguês, certamente intolerante e incivilizado, entendendo, egoisticamente, queespaços públicos devem servir a interesses individuais. Considerou-se afetado pela fumaça do churrasquinho, com as suas narinas sensíveis se irritando com o cheiro da carne assada. Coisa improvável,o prédio onde vive o burguês egoísta fica do outro lado da rua, e o vento sopra  levando a fumaça e o cheiro alegados, na direção oposta. O burguês exclusivista tentou fazer um abaixo –assinado com os condôminos do prédio onde mora. Não conseguindoteria procurado o Ministério Público, e um Promotor  determinara que a Prefeitura  encerrasse as atividades do microempresário.
Como resultado dessa forma elitista, insensível, arrogante, antidemocrática de se tratar o povo, o povo trabalhador,proliferam os traficantes, os bandidos, e as ruas estão se tornando campos de batalha. Antes de cometer essa ignominia, se é que realmente a cometeu, o representante do Ministério Público deveria ter avaliado que é também com os impostosdas  pessoas como Seu Antônio, que o seu salário é pago,  exatamente para que ele seja servidor público, servidor do povo, e não seu algoz.

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