OS REMEDIOS FITOTERAPICOS E
O ASSALTO DOS LABORATÓRIOS
Plantas medicinais sempre fizeram parte do
amplo arsenal curativo do povo brasileiro. A sabedoria popular selecionava um
elenco de folhas com capacidade comprovada para a cura de doenças e prevenção de diversos males. Desde a
cicatrização rápida de um ferimento ao melhor funcionamento do coração, dos
rins, do fígado, até a superação das
disfunções sexuais, muito antes do Viagra, tudo se conseguia, comprovadamente, por meio da
utilização correta das plantas. Os portugueses, quando aqui chegaram, já
conheciam essas práticas que existiam na Europa, também nos outros continentes,
na Ásia, onde os chineses eram os mestres da ciência de unir a propriedade de
cada planta à formas de tratamento que dariam inveja aos nossos modernos
fisioterapeutas; o mesmo acontecia na Pérsia, na Índia. A medicina ao longo dos
séculos era predominantemente fitoterápica. Os colonizadores portugueses no
Brasil enriqueceram seus conhecimentos ao incorporar as práticas dos indígenas,
depois, dos africanos escravos. Nos
últimos dois séculos foram surgindo grandes laboratórios fabricantes de remédios que começaram a usar
maciçamente produtos químicos, não
deixaram de recorrer às plantas, mas,
recusavam-se a admitir que guardavam
qualquer forma de proximidade com a medicina popular, assim, tornaram-se
fornecedores exclusivos no lucrativo ramo dos medicamentos e relegaram o ¨chazinho
da vovó¨ à condição de hábito simplório
destituído de qualquer fundamento científico.
Controlando o absurdamente
lucrativo mercado, as multinacionais
priorizaram o objetivo de ganhar
mais, esquecendo-se de ofertar medicamentos eficientes a preços acessíveis.
Surgiram os remédios a preços
astronômicos, como as latinhas de
leite para crianças alérgicas, a mais de 500 reais a unidade. Há médicos que
insistentemente prescrevem esse tipo de leite, e o poder público se vê na
obrigação de custeá-los,forçado pela interferência do Ministério Publico que reforça,
assim, um processo espoliativo, um assalto das multinacionais, no qual médicos
se tornam cúmplices.
Arecente decisão da ANVISA
reconhecendo a eficácia de diversos fitoterápicos, abre caminho para que se
possa enfrentar o descalabro até agora
impune da quadrilha internacional dos medicamentos.
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