OS GRUPELHOS PARAM O
PAÍS E AMEAÇAM A TODOS
Afonso Arinos de Melo Franco,um
aristocrata na melhor acepção do termo, foi um liberal no sentido mais amplo da
sua essência democrática que não se mistura com a sua depravação que é o
liberalismo de mercado. Homem culto ,
jurista de primeira linha, colocou o saber a serviço da ação política. Um dos fundadores da União
Democrática Nacional, a UDN, nascida nos estertores do Estado Novo de Getúlio,
Arinos não escapou dos erros cometidos por um partido que surgiu como ato de
resistência cívica à ditadura e se prostituiu na guarita dos quarteis, como
vivandeira balofa em busca de árdegos e
desmiolados militares que topassem participar de aventuras golpistas. Em
1947quando o marechal Dutra colocava seus preconceitos acima do respeito à
democracia, Afonso Arinos escreveu um pequeno livro, História e Teoria do Partido Político, no qual ele
afirma: ¨o grande problema era então
como agora é, o da organização
constitucional da democracia. E explica em outro trecho: ¨a democracia
não pode subsistir sem a permanência dos seus valores primaciais de caráter
teórico, como também dos seus instrumentos de ação específicos, de caráter
prático.¨ Afonso Arinos chegava a definir os partidos políticos como ¨o lar
cívico que deve existir sempre ao lado do lar doméstico¨. Arinos, na sua pureza
cívica, nunca chegaria a imaginar que partidos se transformassem em balcão de
negócios, muito mais próximos dos lupanares nesse cenário de prostituição
política em que vivemos.
Voltando ao problema da
organização constitucional da democracia, considerado essencial por Arinos,quando
se contempla aquele inacreditável cenário de motoristas destruindo os ônibus
onde trabalham e os colocando a atravancar as ruas, ou policia de braços
cruzados enquanto os marginais aterrorizam a população, fica-se a indagar se esta
Constituição que temos, enciclopédia de
direitos, e folha de anotações sobre deveres,não estaria
passando do tempo de finalmente ser regulamentada pelos senhores parlamentares
dessas últimas legislaturas que têm sido vergonhosamente desastrosas para o
país. Teria chegado, agora, aquele
momento crucial em que se precisa convocar uma Constituinte exclusiva, para
legislar por um ano, formada por gente eleita fora dos quadros políticos
tradicionais, que não quisesse se servir do mandato, mas nele servir à nação ?
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