sábado, 24 de maio de 2014

OS GRUPELHOS PARAM O PAÍS E AMEAÇAM A TODOS



             OS GRUPELHOS PARAM O
             PAÍS E AMEAÇAM A TODOS
Afonso Arinos de Melo Franco,um aristocrata na melhor acepção do termo, foi um liberal no sentido mais amplo da sua essência democrática que não se mistura com a sua depravação que é o liberalismo de mercado. Homem culto ,  jurista de primeira linha, colocou o saber a serviço da  ação política. Um dos fundadores da União Democrática Nacional, a UDN, nascida nos estertores do Estado Novo de Getúlio, Arinos não escapou dos erros cometidos por um partido que surgiu como ato de resistência cívica à ditadura e se prostituiu na guarita dos quarteis, como vivandeira  balofa em busca de árdegos e desmiolados  militares que topassem   participar de aventuras golpistas. Em 1947quando o marechal Dutra colocava seus preconceitos acima do respeito à democracia, Afonso Arinos escreveu um pequeno livro, História e  Teoria do Partido Político, no qual ele afirma:  ¨o grande problema era então como agora é, o da organização  constitucional da democracia. E explica em outro trecho: ¨a democracia não pode subsistir sem a permanência dos seus valores primaciais de caráter teórico, como também dos seus instrumentos de ação específicos, de caráter prático.¨ Afonso Arinos chegava a definir os partidos políticos como ¨o lar cívico que deve existir sempre ao lado do lar doméstico¨. Arinos, na sua pureza cívica, nunca chegaria a imaginar que partidos se transformassem em balcão de negócios, muito mais próximos dos lupanares nesse cenário de prostituição política em que vivemos.
Voltando ao problema da organização constitucional da democracia, considerado essencial por Arinos,quando se contempla aquele inacreditável cenário de motoristas destruindo os ônibus onde trabalham e os colocando a atravancar as ruas, ou policia de braços cruzados enquanto os marginais aterrorizam a população, fica-se a indagar se esta Constituição que temos,  enciclopédia de direitos,  e  folha de anotações sobre deveres,não estaria passando do tempo de finalmente ser regulamentada pelos senhores parlamentares dessas últimas legislaturas que têm sido vergonhosamente desastrosas para o país.   Teria chegado, agora, aquele momento crucial em que se precisa convocar uma Constituinte exclusiva, para legislar por um ano, formada por gente eleita fora dos quadros políticos tradicionais, que não quisesse se servir do mandato, mas nele servir   à nação ?

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