DO FORNO DA INVERNADA
AO ESTADO CAFETÃO
O Secretário da Segurança Pública,
delegado João Eloy, estava numa escola do
bairro Santa Maria, onde, lembrando a
data em que Marcelo Déda faria 54 anos, surgia a Orquestra Jovem de Sergipe,
que tem o apoio da Alma – Viva,
Energisa, Sergás e Instituto
Banese. Um Quinteto de Cordas integrado por músicos da Orquestra Sinfônica de
Sergipe abria a rápida apresentação com
a suave Eine Kleine Nacht Musik, de Mozart , quase uma doce melodia de ninar, ou um hino de introdução ao paraiso,
seguido por Eleonor Rugby, dos Beatles,
que trata de solidão, consequentemente da melancolia. O Santa Maria, como se sabe, é a antiga
turbulenta Terra Dura. Ali, prosperaram boas inciativas conjuntas, do
governo do estado , da prefeitura de Aracaju e do Ministério Público, entre elas a própria escola, a escola de esportes, e foram instalados
postos de saúde, delegacia , e muitos outros melhoramentos, e também surgiram
industrias, um forte comércio, gerando
muitas oportunidades de emprego. A violência diminuiu sensivelmente naquele
bairro, mas as cifras em todo o estado embora não estejam entre as mais
elevadas do país, preocupam muito. Sergipe, proporcionalmente, é o estado que
mais tem investido em segurança. A polícia militar tornou-se uma tropa
eficiente e bem equipada, e o seu
desempenho tem evoluído muito, desde que o coronel Iunes assumiu o comando da
corporação. A polícia civil passa por um processo de modernização. Os
salários dos policiais melhoraram consideravelmente, mas, manter a segurança
pública torna-se a cada dia uma tarefa
mais complexa, e se faz indispensável um plano nacional que integre ações das policias, e também das
forças armadas, principalmente no que se refere aos serviços de inteligência,
além do diálogo sintonizado com o Ministério Público e o Poder Judiciário. O
delegado João Eloi lembrava que desde que assumiu a SSP, mais de 22 mil pessoas
foram presas, e inquéritos remetidos à
Justiça. Uma grande parte desses detidos foi liberada pela Justiça. O Secretário João Eloi ressaltava que, se todos fossem condenados e
enviados aos presídios o sistema penitenciário estadual entraria em colapso. Só
essa observação, serve para retratar a enormidade do problema que é a segurança
pública. Uma pessoa que participava da conversa, recordou que, há 50 anos , Aracaju tinha menos de 100 mil habitantes, e
que, mesmo proporcionalmente, a violência era incomparavelmente menor do que
hoje, e atribuía esse fato a três coisas
cuja existência, agora, seria absurdamente impensável: A Invernada, a Marambaia
e o Esquadrão de Cavalaria.
A Invernada era um campo de
concentração nos arredores de Aracaju. Área
cercada por arame farpado, onde existia um galpão. Ali, eram colocados os ladrões e malandros reincidentes.
Na chegada o prisioneiro era despido, tinha os cabelos raspados, e na cabeça
passavam piche, depois, recebia um calção, a única vestimenta, comia duas vezes
ao dia e dormia em esteiras no galpão coletivo. Trabalhava de sol a sol nas roças, onde eram cultivados milho,
macaxeira e verduras. Havia uma Casa de
Farinha, e na chapa do forno quente os presos desobedientes eram colocados a
saltar durante um tempo proporcional à gravidade da infração cometida.
Já a Marambaia era uma escola de
marinheiros linha duríssima, situada no Rio de Janeiro, para aonde eram
mandados menores infratores com mais de 14 anos, que de lá saiam aos 18 anos ou
mais, habilitados para o trabalho marítimo,
embarcados.
O Esquadrão de Cavalaria era uma
tropa montada que saia toda noite patrulhando a cidade a partir das 23 horas.
Quem fosse encontrado nas ruas sem ter carteira de trabalho, se estivesse
praticando desordens, bêbado, ou,
simplesmente sendo suspeito, recebia um primeiro tratamento: as vergastadas a fio de espada, em seguida,
amarrados aos cavalos era conduzido, meio atropeladamente, à delegacia mais
próxima. Estava em vigor a lei da vadiagem. Não comprovando que era trabalhador, quem estivesse à noite vagando pelas ruas, corria o risco de encontrar-se
com o esquadrão e ir direto para a cadeia.
Claro que todas essas ações são
de um tempo em que não se ouvia falar sobre direitos humanos, em que só
pobre ou negro eram considerados criminosos, e
quando exclusivamente para os chamados ladrões de
galinhas, a ralé dos pés-de – chinelo meliantes, convergiam as ações repressivas do rudimentar
aparato policial. Ninguém pensa em ressuscitar tais práticas, mas, quando a
policia começa a ser enxotada das ruas, levando pancada e tiros de traficantes,
ladrões e desordeiros em geral, parece ter chegado a hora para uma reflexão
sobre a condescendência das nossas leis, que dão, até ao bandido mais perigoso,
o privilégio das visitas íntimas, ou seja, o bandido quer derramar o esperma e,
para ele, inventamos o Estado cafetão.
Empresários Sergipanos, cuidado com este "Empresário" Barão da saúde em SP Silvio Manoel Lapa Miglio de Sp que já está na Usina Campo lindo e pretende se infiltrar em SE. Mais informações no Blog e seus tópicos que segue o link a seguir.
ResponderExcluirhttp://hsmarina.blogspot.it/