sábado, 22 de março de 2014

JACKSON E TRABALHO, MOTE DA CAMPANHA



JACKSON  E TRABALHO,  MOTE DA CAMPANHA
Quando iniciou sua campanha política em 1955, Juscelino Kubitscheck tinha definidas suas metas, a chave da proposta de fazer o Brasil crescer 50 anos em 5. Em um comício numa cidadezinha de Goiás ouviu de homem com jeito caipira, a pergunta surpreendente: ¨Dr, Juscelino se o senhor for eleito presidente vai cumprir a Constituição brasileira e construir  , Brasília, a nova capital ? Juscelino respondeu que sim, que iria cumprir a Constituição. Ele nem sabia que existia essa desconhecida clausula na Carta Magna. Passou então a analisar o assunto e decidiu transformar a construção de Brasília numa meta,  no carro chefe da campanha.  A nova capital, símbolo de esperança, inicio de um novo tempo, marco de modernização, motivo da deflagração da marcha para o oeste, , ocupação das nossas imensas áreas despovoadas. JK era intuitivo e avaliou bem o impacto. Vivia-se a segunda metade dos anos 50, que se tornariam conhecidos depois como o tempo frenético de JK, os Anos Dourados. Neles nasceu uma confiança, um entusiasmo, um sonho que veio a morrer  com o golpe de 64. Temos vivido entre euforias curtas e desesperanças alongadas. Agora, estamos diante de graves desafios, enquanto o debate político se amesquinha, e sentimos a carência preocupante de políticos com a inspiração de estadistas. A tarefa que se impõe como mais urgente e indispensável será a retomada da confiança e o retorno do otimismo. Parece impossível, mas a arte da política consiste em viabilizar o impossível.
Jackson,  que certamente será candidato a permanecer no governo, levado a ele como foi, pela circunstancia trágica do desaparecimento de Déda,  concentrou-se na tarefa já iniciada antes, quando  apenas no exercício do cargo, buscando assegurar a governabilidade e  transmitir  uma feição de eficiência e capacidade gerencial. Conseguiu, e logo imprimiu o seu estilo, que em tempos como os que vivemos, com insatisfações pipocando por todos os lados ,  se torna o mais adequado, para dar respostas rápidas às demandas que se multiplicaram de forma tão surpreendente. Para que isso se concretize é necessário um esforço incomum, uma maratona de duração indefinida,  que é também corrida de obstáculos. E Jackson vem mantendo o ritmo e ultrapassado as barreiras administrativas e políticas.  Existe, pairando tenebrosa,  a nuvem cinzenta da penúria, mas não se pode esmorecer, porque desanimo gera pessimismo, e esse sentimento nefasto amplia a crise e causa  desemprego. Por isso Jackson não para de inaugurar  obras que foram de Déda e das quais ele participou, e inicia novas, faz projetos, pensa, sai em busca de recursos.  Semana passada Jackson estava percorrendo a Orla do Bairro Industrial que está sendo ampliada, quando um cidadão bem próximo  falou, quase gritando:   ¨Jackson é trabalho.¨
 Benedito Figueiredo, experiente, ex-deputado federal, vice-governador duas vezes, que estava próximo, ouviu, anotou e pensou:¨ Eis o mote da campanha.¨
O sentimento do povo aflora assim,  sempre espontâneo, seja nos anos 50, numa cidadezinha goiana, isolada do mundo, mas onde um homem simples lia a Constituição e sonhava com o desenvolvimento, seja nesses anos primeiros de um novo século, onde as turbulências que a História registra,  surgem agora com a  marca inovadora  e até desconcertante da nova democracia inaugurada pela internet,  onde  computador  celular e  tablet, são bem mais poderosos do que o voto na urna.
Diante disso,  a rançosa política do conchavo, da chantagem, das igrejinhas, dos interesses personalistas compartilhados , do coronelismo que se mascara de novidade, tudo isso desaba diante da exigência de uma novidade que não está em cabelos lustrosamente pretos, mas, no que existe dentro da cabeça para compreender o que o povo deseja, e responder às suas demandas com o esforço, ou mesmo a mística da devoção ao trabalho, que é síntese da causa pública.

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