O SENADOR VEREADOR DA
BANCADA DO PREFEITO ZEQUIÉ
Sergipe acaba de perder um Senador que, presumiam os
sergipanos, os representasse em Brasília. Sergipe perdeu, Capela ganhou,
tem agora um parlamentar federal municipalizado,
exclusivamente seu, na chamada Câmara Alta da República. O sistema de voto
distrital que setorializa o voto e
também a atuação do parlamentar, exclui o senador, nos países que o adotam e possuem o
bicameralismo, ( Câmara e Senado ) desta
espécie de territorialização, quase uma municipalização. O Senador é sempre o
representante do estado pelo qual se
elege. Mas o senador Amorim insiste em ser vereador da Capela, minimiza, reduz,
avilta o mandato que os sergipanos lhe conferiram.
O novo vereador apoia
o prefeito, ¨seu Zequié¨. Os capelenses ganharam o
privilégio de um Senador próprio, algo assim como se fosse um vereador de luxo.
Resta saber se seria prejuízo para Sergipe ou
vantagem para Capela , um Senador da
República assim tão paroquial, limitado
pelas ambições do irmão e guia, que tem, em relação a Sergipe, o mesmo apreço que demonstrou aos
infelizes trabalhadores da sua sumida transportadora, todos eles ainda buscando na Justiça a reparação devida . A política, ou melhor, a politicalha sergipana, confundiu-se, desde algum tempo, assim que
surgiu ¨a política do olho no olho ¨, com um jogo maroto de espertezas , quase virou uma Ópera do Malandro.
É nessa Ópera do
Malandro que se insere e se explica,
esse tragicômico show de circo mambembe: a sabotagem ao Projeto Carnalita.
Imaginemos que em vez
de Sergipe, São Paulo fosse o estado escolhido pela Vale, e que a jazida de
potássio estivesse localizada no município de Ubatuba, e então, o prefeito
daquele município, aliado, pertencente
ao mesmo partido de um senador,
alegasse que Ubatuba iria perder
recursos, e começasse a criar dificuldades para inviabilizar o projeto. O
senador seria o primeiro a procurar o
prefeito para dizer-lhe: - Precisamos tratar primeiro do interesse de São Paulo, vamos facilitar as coisas e evitar que a Vale
desista do projeto. Não se pode perder um investimento de 4 bilhões de reais e a geração de 14 mil
empregos diretos e indiretos por
capricho de um prefeito . O prefeito nem ousaria falar desafiando o interesse
paulista, logo, os políticos, a poderosa
FIESP, os sindicatos, cairiam todos em cima dele, e o caminho rapidamente estaria aberto para
que a Vale começasse a construir suas instalações. Se um senador paulista se omitisse, ou agisse com subterfúgios e
espertezas, por ser opositor do
governador Geraldo Alckmin, os paulistas, na sua grande maioria, logo o iriam
classificar como traidor, indigno de
representar o estado, e ele se veria alijado da vida pública. Um senador
paulista não trocaria São Paulo por Ubatuba,
Nem deixaria que a sua ambição passasse por cima
do interesse de todos os paulistas. Por isso, São Paulo cresceu e cresce, enquanto
aqui, afugentamos uma empresa que nos traz um
pacote raríssimo de 4 bilhões de reais.
O
senador Amorim cala, consente, e ouve,
sem ficar indignado e reagir, mesmo ouvindo o prefeito Ezequiel, seu companheiro de partido, dizer: ¨Se a Vale
não atender a Capela que vá embora, a carnalita está em nosso subsolo e um dia
será explorada. ¨
Isso é traição aos
interesses de Sergipe e do Brasil , e esse crime não é somente cometido pelo prefeito Ezequiel, o senador
Amorim é cúmplice por interesse
eleitoral, imaginando que se o Projeto Carnalita não
vingar, o seu grupo poderá jogar a culpa sobre o governador Jackson
Barreto.
Parece também que ele
não entendeu ainda o que significa um
mandato de Senador da República, por isso, prefere agir como se fosse vereador
de Capela, um vereador aliás incapaz de entender, por falta de discernimento ou deliberado propósito, que, perdendo o Projeto Carnalita Sergipe sofrerá um prejuízo imenso, mas, para Capela , a desistência da Vale significará a
condenação da grande maioria da população pobre do município a continuar sem
emprego tendo de vender o voto e ainda pagando caro para enterrar os seus mortos no
cemitério local, uma exigência de ¨seu Zequié,¨ o prefeito, explorador de vivos
e também de mortos, que resolveu ser coveiro do futuro de Sergipe.
PS. O povo capelense é tão vítima como o povo sergipano dessa
política rasteira, onde alias se juntaram na mesma panela em que se produz o
caldo grosso dos desatinos, tanto o prefeito Ezequiel como o seu adversário e inimigo Sukita. Se a Vale desistir do Projeto Carnalita as jazidas de Capela nunca mais serão
exploradas. A Vale continuará produzindo
potássio no Canadá, e um dia, dentro de mais
4 a 6 anos, quando forem contornados problemas ambientais e logísticos
a mineradora multinacional poderá estar operando
a gigantesca mina de silvinita no
Amazonas, lá produzindo o potássio, e então, a carnalita
de Capela valerá tanto quanto o
respeito que ¨seu Zequié ¨ tem aos
sergipanos, onde se incluem, claro, os capelenses.
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