O ¨DAY AFTER ¨DO PROJETO CARNALITA
Houve nos anos 80 um filme,
produção independente, americano, ( socorro Ivan Valença, como se chamava mesmo
o nome do cineasta?) que mostrava os
efeitos devastadores de uma guerra atômica, fixando-se no dia seguinte ao final
da hecatombe. Por isso, o nome do filme
é The Day After. ( O dia depois )
Segunda – feira, dia 3, expira o prazo que a Vale, resolveu conceder para que o prefeito de
Capela informe se vai ou não autorizar a
lavra da carnalita para, através dela, fabricar o potássio,
insumo básico, indispensável na composição de todos os fertilizantes
eficientes. Há quem garanta que para a extração
de um minério no subsolo que é propriedade da União não se faz indispensável
uma autorização municipal, mas a última coisa que deseja a direção da Vale é
uma pendenga jurídica que se arrastaria por longo tempo. Uma multinacional que tem negócios
espalhados pelo mundo, inclusive uma portentosa mina de de potássio no Canadá, onde os dispêndios
seriam menores do que no caso da
carnalita sergipana, em virtude do custo Brasil, ( uma pornografia
institucionalizada).
À Vale não interessam as pendengas
locais, e delas guarda respeitosa distancia.
Os seus diretores imaginavam dar inicio ao projeto em meio a uma unanime
euforia dos sergipanos.
Isso não sendo possível, a
empresa arruma as poucas malas que trouxe para Sergipe, tranca os cadeados e
fechaduras, e vai embora sem dizer adeus.
A história das sutis
manobras começando no primeiro mandato de Déda é longa, mas
tentaremos aqui sintetizá-la. Com o
esgotamento próximo da mina de silvinita
Taquarí- Vassouras, a Vale encerraria em Sergipe, importa dizer no
Brasil, a produção de potássio que equivale a 5% do que o país importa. Havia a possibilidade concreta de exploração
de um outro minério também abundante : a
carnalita. Mas as jazidas estão
localizadas em áreas onde há petróleo. A
estatal fazia cara feia para a ideia de ter as perfuratrizes da Vale ao seu
lado extraindo por injeção de gás e água
a carnalita. Déda começou então, silenciosamente, a buscar
construir uma solução que conciliasse interesses. E não foi fácil. Uma canseira de
estudos, de pesquisas, de planejamento, sobretudo também de peregrinações pelos
gabinetes onde estão os que decidem. Com uma boa parte do caminho andado ,Déda
teve de internar-se no Sírio- Libanês. Jackson Barreto continuou o trabalho, e
houve então, o interesse direto da presidente Dilma. O Projeto Carnalita de Sergipe foi incluído no
rol das prioridades do governo central,
e embora não divulgado, atendendo a um apelo de Jackson Barreto, diante das atitudes do prefeito de
Capela, a presidente pediu ao Ministro das Minas e Energia que interferisse,
procurando convencer a Vale a aguardar mais um pouco. Por isso o prazo foi
dilatado. Mas ninguém pense que, caso o prefeito de Capela não dê nesta segunda
- feira a esperada autorização, a Vale continuaria esperando.
Se a teimosia prevalecer o nosso day -after será terça feira, dia 4 de
fevereiro. Não haverá a hecatombe parecida com aquela resultante de uma guerra
nuclear, as cidades não estarão arrasadas, nem haverá uma nuvem negra cobrindo
o sol.
No nosso day-after, se ele por desgraça chegar a ocorrer, então, será
preciso dar nome aos bois, denunciar os
responsáveis pelo aborto do maior projeto da iniciativa privada já idealizado
para Sergipe, 4 bilhões de reais, 14 mil empregos. Seria um prejuízo igualável
aos efeitos de uma tsunami que nos
atingisse. Uma tsunami não provocada por causas naturais, mas, planejada com
todos os requintes de hipocrisia e maldade em gabinetes refrigerados, onde
estão, pasmem, representantes de Sergipe, eleitos com o nosso voto.
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