sábado, 1 de fevereiro de 2014

O ¨DAY AFTER ¨DO PROJETO CARNALITA



 O ¨DAY AFTER ¨DO PROJETO CARNALITA
Houve nos anos 80 um filme, produção independente, americano, ( socorro Ivan Valença, como se chamava mesmo o nome do cineasta?)  que mostrava os efeitos devastadores de uma guerra atômica, fixando-se no dia seguinte ao final da hecatombe. Por isso, o nome do  filme é  The Day After.   ( O dia depois )
Segunda – feira, dia  3, expira o prazo que a  Vale,    resolveu conceder para que o prefeito de Capela informe se vai ou não autorizar  a lavra  da carnalita  para, através dela, fabricar o potássio, insumo básico, indispensável na composição de todos os fertilizantes eficientes. Há quem garanta que  para a extração de um minério no subsolo que é propriedade da União não se faz indispensável uma autorização municipal, mas a última coisa que deseja a direção da Vale é uma pendenga jurídica que se arrastaria por longo tempo.   Uma multinacional que tem negócios espalhados pelo mundo, inclusive uma portentosa mina de  de potássio no Canadá, onde os dispêndios seriam  menores do que no caso da carnalita sergipana,  em virtude do  custo Brasil, ( uma pornografia institucionalizada).
À Vale não interessam as pendengas locais, e delas guarda respeitosa distancia.  Os seus diretores imaginavam dar inicio ao projeto em meio a uma unanime euforia dos sergipanos.
Isso não sendo possível, a empresa arruma as poucas malas que  trouxe para Sergipe, tranca os cadeados e fechaduras, e vai embora sem dizer adeus.  
A história  das sutis  manobras  começando  no primeiro mandato de Déda é longa, mas tentaremos aqui sintetizá-la.  Com o esgotamento próximo da mina de  silvinita  Taquarí- Vassouras, a Vale encerraria em Sergipe, importa dizer no Brasil, a produção de potássio que equivale a 5% do que o país importa.  Havia a possibilidade concreta de exploração de um  outro minério também abundante : a carnalita.  Mas as jazidas estão localizadas em áreas onde há petróleo.  A estatal fazia cara feia para a ideia de ter as perfuratrizes da Vale ao seu lado extraindo por injeção de gás e água  a carnalita.   Déda começou então, silenciosamente, a buscar construir uma solução que conciliasse  interesses. E não foi fácil. Uma canseira de estudos, de pesquisas, de planejamento, sobretudo também de peregrinações pelos gabinetes onde estão os que decidem. Com uma boa parte do caminho andado ,Déda teve de internar-se no Sírio- Libanês. Jackson Barreto continuou o trabalho, e houve então, o interesse direto da presidente Dilma.  O Projeto Carnalita de Sergipe foi incluído no rol das prioridades  do governo central, e embora não divulgado, atendendo a um apelo de Jackson  Barreto, diante das atitudes do prefeito de Capela, a presidente pediu ao Ministro das Minas e Energia que interferisse, procurando convencer a Vale a aguardar mais um pouco. Por isso o prazo foi dilatado. Mas ninguém pense que, caso o prefeito de Capela não dê nesta segunda - feira a esperada autorização, a Vale continuaria  esperando.  Se a teimosia prevalecer o nosso day -after será terça feira, dia 4 de fevereiro. Não haverá  a hecatombe  parecida com aquela resultante de uma guerra nuclear, as cidades não estarão arrasadas, nem haverá uma nuvem negra cobrindo o sol.
No nosso day-after, se ele  por desgraça chegar a ocorrer, então, será preciso dar nome aos bois, denunciar  os responsáveis pelo aborto do maior projeto da iniciativa privada já idealizado para Sergipe, 4 bilhões de reais, 14 mil empregos. Seria um prejuízo igualável aos efeitos de uma  tsunami que nos atingisse. Uma tsunami não provocada por causas naturais, mas, planejada com todos os requintes de hipocrisia e maldade em gabinetes refrigerados, onde estão, pasmem, representantes de Sergipe, eleitos com o nosso voto.

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