sábado, 15 de fevereiro de 2014

CELSO DE CARVALHO E A DITADURA MILITAR



CELSO DE CARVALHO E A DITADURA MILITAR
O professor Afonso Nascimento é um ilustre professor do Departamento de Direito da UFS. Faz uma brilhante carreira acadêmica ,  diversifica suas incursões intelectuais, e ultimamente tem se dedicado aos estudos históricos com atenção voltada para Sergipe, para vultos sergipanos, que exerceram influencia na época em que viveram. Faz isso com absoluta isenção, lastro cultural e dedicação às pesquisas. No dia 7 de fevereiro o professor Afonso publicou no Jornal da Cidade  artigo intitulado, Celso Carvalho e a Ditadura Militar.
Ele faz uma análise bastante correta da situação de turbulência vivida nos anos que se seguiram ao golpe, que não afastou, nem mesmo no plano nacional,  a ameaça de novas quarteladas, geradas pela vaidade de oficiais e coronéis,  pelo entrechoque das suas posições, que variavam da extrema direita a um conservadorismo com  tinturas de tolerância liberal, desde que, nos limites da visão castrense.
Afonso situa Celso como conspirador, e inteiramente submisso aos militares .  Não tendo vivido àquela época,  é óbvio que qualquer um que a contasse, entenderia  como traição o fato de um vice  suceder ao governador deposto. É bom lembrar que Celso fez parte da chapa de Seixas Dória, mas, foi votado, derrotou o seu concorrente,  um homem como ele igualmente digno, que foi Manoel Conde Sobral. Seixas nunca recriminou a atitude de Celso, que, ele sabia, não compartilhava das suas ideias reformistas, e isso não é demérito. Se todos tivessem a mesma visão do mundo, então ,  para que serviria a política?
O respeito que nos merece o professor  Afonso  Nascimento e a contemporaneidade nossa com os acontecimentos de meio século atrás, além da proximidade fraterna com o causer simpático e amistoso que  foi  o ¨barão ¨ Celso de Carvalho, também com o árdego e impetuoso Seixas Dória, nos instigam a continuar abordando o tema, sem pretensões de historiador,  apenas, agregando, pela memória, alguns episódios que melhor situariam Celso nas difíceis circunstancias em que viveu , e nisso, recordando a frase de Ortega : ¨Eu sou eu e as minhas circunstancias¨¨.

Nenhum comentário:

Postar um comentário