RELEMBRANDO O FÊ-BÊ-A-PA
Continuando, neste ano de cinquentenário da ¨redentora ¨ a série de lembranças pontuais sobre o festival
de besteiras que assolou o país, no mesmo ritmo em que se acentuava a
repressão e os novos donos do poder, variando entre bem
intencionados e carreiristas que sempre afloram, iam, diante da surpresa ou até trauma com uma
engrenagem que desconheciam, revelando
em palavras e atos o despreparo absoluto para o exercício de atividades,
principalmente políticas. Havia ainda o
enorme cordão de puxa – sacos, que não podiam ver passar uma farda sem correr a
bajulá-la.
No Rio de Janeiro o jornalista Sérgio Porto, o
Stanislaw Ponte Preta, passou a não ter espaço na sua coluna e noticiar tantos
episódios do Festival de Besteira que assolava o país, o Fê-Bê – A – Pá.
Aqui, terra miudamente pequena, naquele tempo destituída de cidadania,
capacidade crítica, e, muito menos, participação popular, na falta de altas
patentes militares passaram os subalternos a ser tratados como generais , almirantes e brigadeiros. Um tenente, que era
o mais antigo oficial do 28º BC e que fora
comandado do coronel Castelo
Branco durante a campanha da FEB na
Itália, na condição de ¨amigo ¨ do coronel que se tornou marechal e
presidente da República logo começou a
exibir poder. Durante algum tempo virou governador, prefeito, juiz,
delegado. Na frente do quartel formavam-se filas para que o tenente Rabelo
resolvesse problemas que iam de brigas entre marido e mulher, a dividas não
pagas, roubo de galinhas, jogo do bicho, atendimento nos hospitais, carestia , falta de
água e de luz, buracos nas ruas, e até desespero de corno inconformado.
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