ARACAJU POLO DE CALL-CENTERS E
A POLITIQUICE RASTEIRA E SEBOSA
O italiano Alma Viva foi o primeiro. Contatos iniciados em Roma por Marcelo Déda
com empresários italianos despertaram
neles o interesse em conhecer aquela cidade ensolarada, às margens de um rio e
do oceano, onde a vida ainda corria com certa tranquilidade, sem aquela azáfama
neurotizante dos grandes centros. A
descrição feita pelo governador aos
investidores lhes pareceu precisa, cartesiana, pelas cifras e a
argumentação lógica, mas, havia uma leveza poética que os instigava ainda mais
a irem ver, de bem perto, aquela capital de um estado que, souberam, era o menor do Brasil.
Déda era culto, didático,
eloquente, e não havia quem não ficasse bem impressionado
com as suas falas. Assim, o grupo Alma Viva veio parar em Sergipe. Quando o
Secretário Saumínio Nascimento falou
sobre as tratativas já concluídas e a decisão dos italianos de virem
montar um negócio gerando 4 mil empregos, quase de uma noite para o dia,
houve quem enxergasse nele, exagero e
vontade de aparecer. Não era nada irreal ou superdimensionado. Os call-centers
têm a característica inusitada de criar
empregos ultrapassando largamente aquela relação média entre capital investido
e posto de trabalho gerado. Instalado nos galpões da antiga fábrica de
tecidos Confiança, o Alma Viva emprega
mais de 3 mil pessoas em turnos sucessivos.
Outro grupo operador de
Call-Center aporta em Aracaju acenando com
a possibilidade de gerar 6 mil empregos. Agora, ninguém mais tem dúvidas de que
isso será possível. Os empresários estiveram com o governador Jackson Barreto,
saíram entusiasmados do encontro, e Aracaju se consolida como um promissor Polo
de Call-Centers.
A cidade
tem um diferencial que a torna atraente, e este diferencial, para ser
mantido, está a exigir uma série de indispensáveis requisitos.
Felizmente, existem consistentes motivos para crer na
possibilidade de a nossa capital
continuar sendo capaz de ampliar a
atração que desperta.
Com relação à segurança há o concurso para admissão de novos policiais; mais de 100 milhões sendo investidos num sistema de esgotos, indispensável para acabar
a fedentina em alguns pontos da cidade,
desde a luxuosa 13 de Julho até bairros pobres, onde dejetos correm pelo chão . Com a
adutora do São Francisco , ( governo Augusto Franco) e agora a grande barragem
do rio Poxim, água não será problema; mão de obra qualificada está sendo preparada
no velho e confiável sistema S, aquele das Confederações da Indústria e do
Comércio, e mais em diversas escolas técnicas criadas ou sendo instaladas pelos
governos federal e estadual. Na mobilidade urbana a coisa se complica, pois
são, dizem, mais de mil veículos nas ruas da cidade todos os meses. João Alves tomou a oportuna providencia de chamar novas
empresas de ônibus, e houve sensível
melhoria. Os viadutos da Tancredo aliviam um pouco, da mesma forma, a quinta
ponte sobre o Poxim, que Edvaldo
Nogueira construiu, mas, parece ter-se esquecido de inaugurar. Enquanto não se
pensa em projeto definitivo, que poderia
ser o VLT, Veículo Leve sobre Trilhos, proposta do então candidato a prefeito de
Aracaju, deputado Valadares Filho, novas avenidas estão saindo da prancheta na
prefeitura, uma delas, a vistosa Perimetral, em parceria com o governo do
estado. Aracaju tem ainda um vasto anel
de ciclovias, iniciativa de Déda, quando prefeito. Enfim, parodiando o ficante Dom Pedro 1º : ¨Para o bem de todos e
felicidade geral dos aracajuanos, a capital nunca teve um prefeito decepcionante¨. A sintonia civilizada entre a prefeitura e
o estado, ao longo do tempo vem dando
resultados práticos, e Aracaju,
por isso, impressiona bem a investidores e turistas.
Poder público e sociedade civil terão de
trabalhar muito, de exercitar até aonde for possível a capacidade de fazer e a
vontade de criar, inovar, para nos tornarmos a Florianópolis do nordeste, ou,
quem sabe , bem melhor.
Que nos livremos da mesquinharia, da politiquice rasteira e manhosa,
para não dizer sebosa, como esta que faz o prefeito de Capela, pau-mandado,
pondo em risco o Projeto Carnalita, investimento de 2 bilhões de dólares. Se o perdermos, estaremos condenando gerações
a penar o prejuízo.
Com a palavra o nobilíssimo senador Eduardo Amorim, que tanto blasona seu interesse em tornar Sergipe melhor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário